Diretor do British Museum deixa cargo após roubo de artefatos preciosos
Em comunicado, Hartwig Fischer assume que falhou em proteger os itens sob responsabilidade da instituição, localizada em Londres
O diretor do British Museum, Hartwig Fischer, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, 25, uma semana depois do roubo de itens preciosos da instituição, guardados em um depósito de coleções. Um funcionário, que não teve a identidade revelada, foi acusado de furtar e danificar uma série de artefatos, que incluem joias de ouro e pedras semipreciosas datadas do século 15 a.C ao século 19 d.C. O suspeito foi demitido e enfrentará ações judiciais no Reino Unido.
Em comunicado, Fischer assumiu a falha em proteger os itens sob responsabilidade do museu, dizendo que deveria ter empregado medidas de segurança mais rígidas para evitar o crime. A instituição, que fica em Londres, conta com um histórico de roubos desde a década de 1970, que vão desde moedas e medalhas romanas até uma estátua grega de 12 cm de altura de mais de 2.500 anos.
“É evidente que o British Museum não respondeu de forma tão abrangente como deveria”, escreveu. “A situação que o museu enfrenta é da maior gravidade. Acredito sinceramente que ultrapassará este momento e sairá mais forte, mas infelizmente cheguei à conclusão de que a minha presença revelou-se uma distração”.
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Em 2021, Ittai Gradel, um negociante de antiguidades, informou o museu por e-mail que um conjunto de peças havia desaparecido. A instituição iniciou, a partir de então, uma investigação interna, mas que teria chegado à conclusão de que os objetos em questão estavam “todos contabilizados” e não havia “nenhuma sugestão de irregularidade” por parte dos membros da equipe do museu, segundo o jornal americano The New York Times.
As suspeitas do negociante, no entanto, tinham embasamento, como mostrou o comunicado de desaparecimento emitido pela instituição britânico há sete dias. Para aliviar a inação do museu, Fischer disse, no início desta semana, que tinha “razões para acreditar” que Gradel teria omitido a quantidade verdadeira de objetos desaparecidos.
O agora ex-diretor expressou “sincero pesar” pelos comentários “insensatos” sobre Gradel e defendeu que “a responsabilidade por essa falha deve, em última análise, recair sobre mim”.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, um dos itens roubados, estimado em até 50 mil libras (mais de R$ 300 mil), chegou a ser anunciado no site de vendas online eBay por apenas 40 libras (R$ 250 reais). Outras joias desaparecidas também estariam sendo vendidas na plataforma desde 2016.
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Uma investigação liderada pelo setor de crimes econômicos da Polícia Metropolitana de Londres está em curso, enquanto uma revisão independente analisará o caso e recomendará melhorias no sistema de segurança do local Após aceitar a renúncia de Fischer, o ex-ministro das finanças britânico e presidente do museu, George Osborne, disse que pretende “consertar o que deu errado”.
“O museu tem uma missão que atravessa gerações. Vamos aprender, restaurar a confiança e merecer ser admirados mais uma vez”, acrescentou.