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Diplomata americano chama política migratória de Biden de ‘desumana’

Daniel Foote pediu demissão após decisão do governo Biden de enviar haitianos de volta ao Haiti; país vive crise política e se recupera de terremoto mortal

Por Da Redação Atualizado em 23 set 2021, 14h06 - Publicado em 23 set 2021, 12h40
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  • Membro do topo da diplomacia americana, Daniel Foote, renunciou ao cargo nesta quinta-feira, 23, segundo autoridades dos Estados Unidos.

    Foote foi nomeado enviado especial ao Haiti em julho, poucas semanas após a morte do presidente Jovenel Moïse. 

    Em sua carta de demissão enviada ao Departamento de Estado, o diplomata criticou a “decisão desumana e contraprodutiva” do governo Biden de enviar migrantes haitianos de volta ao país, que passa por uma crise política e recentemente foi assolado por um terremoto que deixou mais de dois mil mortes.

    “Não serei associado à decisão desumana dos Estados Unidos de deportar milhares de refugiados haitianos e imigrantes ilegais de volta ao Haiti, um país onde as autoridades americanas estão confinadas em complexos seguros por causa da ameaça das gangues armadas”, dizia o documento.

    Foote criticou também o ciclo de intervenções políticas internacionais no Haiti que produziu resultados catastróficos nos últimos anos, alertando ainda para o fato de que o número de migrantes nas fronteiras americanas irá aumentar à medida que a miséria haitiana cresce.

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    Em maio, o governo Biden estendeu o status de proteção temporária para 150 mil haitianos que já viviam nos Estados Unidos. No entanto, desde então milhares de novas pessoas tentam entrar no país ainda que não se qualifiquem no programa. 

    Ainda de acordo com a carta de demissão, o diplomata afirma que foram realizados inúmeros para maior supervisão e responsabilidades em seu trabalho como enviado, porém os esforços foram ignorados por membros do Departamento de Estado. 

    O aumento da migração haitiana teve início nos primeiros meses após a posse de Joe Biden, quando o atual presidente rapidamente tentou desfazer as rígidas políticas imigratórias de seu antecessor, Donald Trump. Desse modo, muitos interpretaram o movimento como um sinal de que os americanos seriam mais receptivos nas fronteiras, o que não aconteceu. 

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    A Patrulha de Fronteira disse que mais de nove mil haitianos estão sendo mantidos em uma área temporária no Texas. Nesta semana, cerca de 300 foram deportados de volta ao Haiti e mais 14 mil são esperados para os próximos meses. Autoridades do país caribenho imploram aos Estados Unidos que concedam uma “moratória humanitária” em meio à instabilidade generalizada. 

    O secretário do Departamento de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, disse na última segunda-feira que os haitianos recém-chegados não seriam cobertos por uma ordem de residência temporária que protege aqueles que entraram em território americano até 29 de julho. 

    “Estamos muito preocupados de que essas pessoas estejam recebendo informações falsas de que as fronteiras americanas estão abertas. Esta não é a maneira de vir para os Estados Unidos”, disse em coletiva no Texas.

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