Enquanto no Brasil a presidente Dilma Rousseff ainda pena para criar uma identidade para seu governo e o foco da cobertura da imprensa é a crise política que ela atravessa nos primeiros nove meses de gestão – que culminou na queda de cinco ministros em tempo recorde – , fora do país a petista é reverenciada. Desde que assumiu o governo, Dilma foi destaque em algumas das principais revistas internacionais – The Economist, Time e Forbes – como uma das pessoas mais influentes do mundo. Nesta semana, ela é capa da edição da revista Newsweek que fala sobre as mulheres no mundo.
Dilma foi a escolhida para ser a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Ela chegou aos Estados Unidos no domingo e fará o discurso principal na quarta-feira. O fato é citado na reportagem da Newsweek, intitulada “Não mexa com Dilma”, que chega às bancas americanas nesta segunda. O texto relata os casos de corrupção nos ministérios brasileiros e destaca a aparência saudável da presidente que enfrentou sessões de quimioterapia contra o câncer no sistema linfático.
Destaque – A primeira grande publicação a exaltar a presidente brasileira após eleita foi a Time. Em abril, Dilma apareceu na lista elaborada pela revista das 100 pessoas mais influentes do mundo, ao lado de autoridades e empresários como o presidente americano, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o fundador da rede social Facebook, Mark Zukerberg.
A britânica The Economist foi a que mais detalhou o cenário político brasileiro sob a tutela de Dilma. Em agosto, após a queda do então ministro da Defesa, Nelson Jobim, a revista comentou que a presidente lutava para sair do “pântano político que é Brasilia”, reagindo com firmeza contra a corrupção e tentando acabar com o loteamento de cargos sob a rebelião do aliado PMDB.
Na semana seguinte, foi a vez da revista Forbes, dos Estados Unidos, apontar Dilma como a terceira mulher mais poderosa do mundo, atrás apenas de Angela Merkel e da secretária de estado americana, Hillary Clinton, e a décima-sexta entre pessoas de todos os sexos. Pesou a favor dela o fato de ser a primeira mulher a presidir a maior economia da América Latina.
Nesta semana, Dilma Rousseff terá a chance de demonstrar se as publicações estrangeiras têm razão ao exaltá-la. Acostumada a dar diversos escorregões quando fala em público, por aqui, espera-se que não faça feio ao discursar sob os holofotes e o os olhares de todo o mundo.