O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, aumentou a pressão sobre o governo de Jair Bolsonaro ao afirmar neste sábado, 24, que é “difícil imaginar” um acordo entre Mercosul e União Europeia enquanto o Brasil não controlar as queimadas que avançam na Amazônia.
“Apoiamos o acordo UE-Mercosul – que também implica a proteção do clima –, mas é difícil imaginar uma ratificação harmoniosa pelos países europeus enquanto o governo brasileiro permite a destruição dos espaços verdes do planeta”, afirmou Tusk.
O líder europeu deu as declarações ao chegar à cidade de Biarritz, na França, sede da cúpula do G7 que começa neste sábado e deve discutir, entre outros assuntos, os incêndios na floresta.
Pressionado pela ampla reação internacional, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento na noite de sexta e prometeu “tolerância zero” com desmatamentos e queimadas na Amazônia. Ele também criticou eventuais sanções internacionais contra o Brasil.
Merkel defende pacto
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, por sua vez, ponderou que impedir um acordo entre Mercosul e UE não vai ajudar a reduzir a destruição da floresta.
Segundo e-mail do governo de Merkel, o acordo do Mercosul possui uma declaração de comércio que “inclui um ambicioso capítulo de sustentabilidade com regras vinculativas sobre proteção, em que ambos os lados se comprometeram a implementar em um acordo sobre o clima”, destacou. “A não-conclusão (do acordo) é, portanto, do nosso ponto de vista, uma resposta não apropriada ao que está acontecendo atualmente no Brasil”, concluiu o governo alemão.
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(Com agências EFE e Estadão Conteúdo)