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“Dia de fúria” deixa cinquenta feridos em Jerusalém

Decisão de Trump de reconhecer a cidade sagrada como capital de Israel provocou protestos em vários países

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h21 - Publicado em 8 dez 2017, 13h21
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  • O primeiro dos “três dias de fúria” convocados pelo Hamas em resposta à decisão do presidente americano Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel registrou protesto em diversos países e deixou mais de 50 pessoas feridas na cidade sagrada, informou a rede Al Jazeera.

    Segundo o site da TV do Catar, milhares de palestinos saíram às ruas em Jerusalém, Cisjordânia e Faixa de Gaza e houve confronto com as forças israelenses em diversas localidades.

    Na Turquia, milhares de pessoas saíram às ruas nesta sexta-feira em resposta ao chamado do grupo Hamas em várias cidades, principalmente em Istambul e Ancara. A polícia da capital Ancara tomou medidas extremas de segurança em torno da embaixada dos Estados Unidos para prevenir qualquer tentativa de ataques contra o prédio.

    Os manifestantes se reuniram nas mesquitas de Kocatepe e Hacibayram, as duas maiores e mais populares de Ancara, e um pequeno grupo se manifestou diretamente em frente à embaixada americana com lemas como “Abaixo o Imperialismo Americano” e, quando tentaram queimar uma bandeira de Israel, a polícia interveio para impedir.

    Istambul na Turquia - 08/12/2017
    Turcos protestam contra a decisão do presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, em Istambul, na Turquia – 08/12/2017 (Osman Orsal/Reuters)

    Em Istambul, a principal cidade do país, milhares se reuniram na grande mesquita de Fatih antes de rumar para o distrito de Sarachane, na parte europeia da cidade, levando bandeiras palestinas e turcas, ao mesmo tempo em que gritavam palavras de ordem contra Israel e Estados Unidos. Além disso, em outros 39 distritos de Istambul estavam previstas pequenas marchas após a oração muçulmana das sextas-feiras.

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    No mundo muçulmano, Turquia é, ao lado do Egito, o principal aliado de Israel , com quem mantém relações comerciais, políticas e diplomáticas há décadas. No entanto, desde o violento ataque israelense à chamada “Frotilha da Liberdade” para Gaza em 2010, na qual morreram dez pessoas de origem turca, as relações ficaram abaladas, embora tenham sido oficialmente normalizadas no ano passado.

    “Destruição de Israel”

    Líderes do Irã, onde a oposição a Israel e o apoio à causa palestina têm sido centrais para a política externa desde a revolução islâmica de 1979, denunciaram a decisão de Trump, incluindo seu plano de transferir a embaixada para a cidade sagrada.

    A TV estatal transmitiu imagens de manifestantes entoando “morte à América” e “morte a Israel”, segurando bandeiras palestinas e cartazes com os dizeres: “Quds pertence aos muçulmanos”, usando o nome árabe para Jerusalém. Em diversos locais, manifestantes queimaram imagens de Trump.

    O Irã considera que a Palestina compreende toda a Terra Santa, incluindo o Estado judeu, que não reconhece. Teerã tem pedido repetidamente pela destruição de Israel e apoia diversos grupos militantes islâmicos em sua luta contra o país.

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    A oposição à decisão de Trump uniu facções iranianas de linha-dura, com o presidente pragmático, Hassan Rouhani, e comandantes da Guarda Revolucionária do Irã convocando iranianos a participar de manifestações nacionais do “dia de raiva”.

    Alguns manifestantes queimaram também imagens do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto entoavam “morte ao demônio”.

    Alerta de segurança

    As representações diplomáticas dos Estados Unidos na Malásia e na Indonésia emitiram alertas de segurança em razão de protestos ocorridos também nesses dois países, nesta sexta-feira, contra a decisão de Trump. As embaixadas americanas em ambos os países pediram aos seus cidadãos que tomem precauções e “evitem áreas de manifestações”.

    Na Indonésia, alguns manifestantes queimaram a bandeira americana em frente à embaixada em Jacarta, onde se reuniram levando cartazes e bandeiras da Palestina. “A Nahdlatul Ulama (NU) condena Estados Unidos e Israel por invadir a cidade de Jerusalém”, afirmava um dos cartazes em Jacarta da NU, a maior organização independente muçulmana da Indonésia – o país com maior número de seguidores do Islã.

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    O porta-voz da polícia de Jacarta, Argo Yuwono, estimou, em declarações à agência EFE, que cerca de 500 pessoas se reuniram na capital sem que se registrassem distúrbios maiores. Em Surabaya, a segunda maior cidade do país em número de habitantes, outros grupos se concentraram em frente ao consulado americano.

    Na capital da Malásia, pelo menos 1.000 pessoas gritaram palavras de ordem contra Trump e queimaram figuras e fotos do governante perto da embaixada dos Estados Unidos, segundo o jornal Malasiakini. O protesto em Kuala Lumpur contou com a participação de líderes e membros do partido governante Organização Nacional para a Unidade da Malásia (UMNO), grupos que representam a maioria de etnia malaia e religião muçulmana e ONGs islâmicas.

    O presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, condenaram na quinta-feira a decisão de Trump e lhe pediram que reconsidere a postura.

    (com EFE e Reuters)

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