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Dezenas de palestinos foram mortos na Cidade de Gaza, dizem autoridades

Ataques aéreos somam-se a uma das semanas mais mortais em meio à incerteza sobre se o Hamas se retirou das negociações de cessar-fogo

Por Da Redação 14 jul 2024, 19h44

Pelo menos 31 palestinos foram mortos e mais de 50 ficaram feridos em novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, afirmaram equipes de resgate e autoridades de saúde, enquanto surgiam relatos conflitantes sobre se o Hamas estava se retirando das negociações de cessar-fogo após o ataque ao principal comandante militar do grupo.

Quatro ataques em várias partes da Cidade de Gaza nas primeiras horas da manhã deste domingo, 14, ocorreram menos de 24 horas depois que as forças israelenses disseram que Mohammed Deif, considerado o mentor do ataque de 7 de outubro no sul de Israel, foi alvo de um ataque na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, que, de acordo com os serviços de emergência do território, matou mais de 90 pessoas e feriu outras 300.

Outras 14 pessoas foram mortas em um ataque perto de uma escola administrada pela (Organização das Nações Unidas (ONU), que estava sendo usada como abrigo para pessoas no centro de Gaza. Israel disse que militantes do Hamas estavam presentes na área.

Os bombardeios de domingo se somam ao que já foi uma das semanas mais mortais de ataques aéreos israelenses em Gaza desde que a guerra começou, há nove meses atrás.

Negociações difíceis

Deif, 58, que está na lista dos mais procurados de Israel desde 1995 e escapou de múltiplas tentativas de assassinato israelenses, é considerado o principal arquiteto do ataque em que 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas, dando início à guerra Israel-Gaza. Mais de 38.400 palestinos foram mortos na operação de retaliação de Israel em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde no território administrado pelo Hamas, e a população de 2,3 milhões de pessoas está nas garras de uma crise humanitária devastadora.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que Rafa Salama, o chefe da brigada Khan Younis do Hamas, também foi alvo e “neutralizado” com sucesso no mesmo ataque. O jornal saudita Asharq al-Aswat relatou no domingo que fontes do Hamas confirmaram a morte de Salama.

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Falando na noite de sábado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: “Ainda não há certeza conclusiva de que os dois [Deif e Salama] foram frustrados, mas quero garantir que de uma forma ou de outra chegaremos ao topo do Hamas.”

O vice-líder do Hamas, Khalil al-Hayya, disse à TV Al Jazeera que o principal comandante militar do grupo não havia sido morto e, dirigindo-se a Netanyahu, disse: “Deif está ouvindo você agora e zombando de suas mentiras”.

Deif, que significa “o convidado” em árabe, é o apelido do comandante de 58 anos, cujo nome verdadeiro é Mohammed al-Masri. Ele passou anos mudando frequentemente de local para iludir a detecção israelense. Envolvido com o Hamas desde jovem, o ex-estudante de ciências orquestrou uma série de atentados suicidas contra civis israelenses na década de 1990 e novamente uma década depois.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que o ataque contra Deif e Salama atingiu um acampamento para pessoas deslocadas na área de Khan Younis, matando pelo menos 92 palestinos e ferindo mais de 300 outros. Moradores disseram que testemunharam pelo menos cinco “grandes aviões de guerra bombardeando no meio de al-Mawasi, a oeste de Khan Younis”.

O Hamas disse que a alegação de Israel de que havia alvejado líderes do grupo militante palestino era “falsa” e visava “justificar” o ataque. Um alto funcionário do Hamas disse à AFP no domingo que o grupo militante palestino havia se retirado das negociações sobre um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na guerra de Gaza por causa do que chamou de “massacres” israelenses e sua atitude nas negociações.

Duas fontes de segurança egípcias disseram à Reuters no sábado que a última rodada de negociações de cessar-fogo em Gaza foi interrompida após três dias de negociações intensas que não produziram um resultado viável, culpando Israel por não ter uma “intenção genuína de chegar a um acordo”.

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No entanto, outras declarações de autoridades do Hamas no domingo negaram que o grupo tenha se retirado das negociações. Um porta-voz, Jihad Taha, disse: “Não há dúvida de que os massacres horríveis impactarão quaisquer esforços nas negociações. Os esforços e empenhos dos mediadores continuam em andamento.”

Ganho político

Poucas horas antes, o líder político do Hamas baseado no Catar, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahu de tentar bloquear um acordo para acabar com a guerra com “massacres hediondos”. Ele disse em uma declaração que o Hamas havia mostrado “uma resposta positiva e responsável” às novas propostas de cessar-fogo e troca de prisioneiros e reféns, mas “a posição israelense tomada por Netanyahu foi colocar obstáculos que impedem chegar a um acordo”.

Milhares de israelenses foram às ruas no fim de semana no que se tornaram protestos semanais em todo o país, acusando Netanyahu de sabotar as negociações para ganho político. Entre os manifestantes estavam as famílias dos reféns, que fizeram uma marcha simbólica de Tel Aviv a Jerusalém. Parentes daqueles ainda mantidos em cativeiro em Gaza pelo Hamas temem que a recente escalada de bombardeios no território palestino possa dificultar o retorno seguro para casa de seus entes queridos. Acredita-se que pelo menos 40 reféns morreram desde que foram capturados em outubro passado, diz Israel.

“À luz dos eventos recentes na Faixa de Gaza, as famílias dos reféns lembram ao primeiro-ministro Netanyahu que não pode haver vitória até que todos os 120 reféns retornem para casa”, dizia uma declaração do Hostage and Missing Families Forum. “O acordo proposto está em seus estágios finais. Estamos esperando por eles há 282 dias. O tempo é essencial; não há mais um momento a perder.”

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