De terrorismo a assédio, países reforçam segurança no Réveillon
Após ano marcado por atentados, autoridades se preparam para garantir festas na virada
Cidades que atraem milhares de turistas para suas tradicionais festas de Ano Novo terão segurança reforçada na passagem para 2018.
A badalada Nova York já mobilizou equipes de policiais para monitorarem cerca de 12 hotéis considerados de alto risco nos dias próximos ao Réveillon. As autoridades não informaram se hóspedes seriam revistados ou se haveria algum tipo de controle de entrada nesse prédios.
Todos os 125 estacionamentos localizados próximos à Times Square foram esvaziados e fechados nos últimos dias. A medida tem como objetivo evitar a aproximação de carros-bombas ao local da festa. Cachorros capazes de farejar quantidades mínimas de explosivos também serão utilizados pela polícia. O chefe de polícia James O’Neill afirmou ao canal americano CNBC que a virada do ano será “um dos eventos mais policiados e protegidos em um dos lugares mais seguros de todo o mundo”.
Em Las Vegas, autoridades esperam que o público deste ano seja menor que o do ano passado. Ainda assim, o esquema de segurança na cidade contará com franco-atiradores, tropas da Guarda Nacional, helicópteros e um time preparado para resgates de emergência, de acordo com o jornal LA Times.
O Departamento de Segurança Doméstica elevou o nível de segurança de 3 (em 2016) para 1 — o mais alto já concedido à festa, o que garante auxílio extra do governo federal. Estima-se que cerca de 300.000 pessoas comparecerão à badalada avenida Strip, onde fica o hotel de onde um atirador abriu fogo do 32o andar contra um festival de música em outubro e deixou 58 mortos.
Em São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos, autoridades estão adotando medidas extras de segurança depois que o FBI prendeu um homem no dia 22 que planejava colocar explosivos em um píer turístico na noite de natal.
O chefe de polícia da cidade disse à emissora CBS que “ninguém da nossa corporação estará de folga no dia 31”. Ele informou que haverá policiais à paisana trabalhando nos locais de maior movimento. “Queremos que o público saiba que não há nenhuma ameaça convincente”, acrescentou.
Londres também contará com policiais à paisana para a data. Só em 2017, a cidade foi palco de quatro atentados terroristas. Nick Aldworth, porta-voz da polícia londrina, afirmou ao jornal The Guardian que “as pessoas podem esperar guardas armados” nas margens do rio Tâmisa, onde as comemorações ocorrerão. Os policiais londrinos são historicamente conhecidos por não portarem armas.
Barreiras contra veículos também serão instaladas no local para evitar atropelamentos. A técnica, encorajada pelo grupo terrorista Estado Islâmico, já foi usada em atentados terroristas em várias cidades europeias, inclusive em Londres. “Segurança é nossa prioridade, por isso pedimos a paciência e cooperação de todos na hora de passarem pelas revistas nos controles de entrada”, disse Aldworth.
Assédios sexuais
Em Berlim, a preocupação não é apenas com ameaças terroristas. Depois de uma onda de assédios sexuais ocorridos na festa de Ano Novo na cidade de Colônia, há dois anos, a polícia berlinense requisitou aos organizadores do evento que criassem uma área exclusiva para mulheres.
Um relatório policial sigiloso indicou que aproximadamente 1.200 mulheres foram assediadas na passagem do ano de 2015 para 2016. Um porta-voz do evento disse ao jornal britânico Express que “haverá três ou quatro funcionários que são especialmente treinados para dar assistência a mulheres que se sintam assediadas ou ameaçadas”. Cerca de um milhão de pessoas é esperado para as comemorações que acontecerão no histórico Portão de Bradenburgo.