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Daniel Noboa é eleito presidente do Equador em pleito repleto de violência

O empresário outsider se tornou o líder mais jovem do país; primeiro turno foi marcado pelo assassinato de um dos candidatos, Fernando Villavicencio

Por Da Redação
16 out 2023, 10h27
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  • O empresário Daniel Noboa, 35 anos, foi eleito nesta segunda-feira, 16, o presidente mais jovem da história do Equador, após vencer o segundo turno nas eleições de domingo 15.

    Com quase todos os votos contados, Noboa, um centrista, ganhou por uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre a sua rival de esquerda, Luisa González. Ela reconheceu sua derrota e parabenizou o novo presidente.

    No seu discurso de vitória, Noboa disse que iria “devolver o sorriso e a paz ao país”.

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    A campanha eleitoral foi ofuscada por níveis de violência sem precedentes, que levaram ao assassinato de um dos candidatos, Fernando Villavicencio, poucos dias antes do primeiro turno, em agosto. A taxa de homicídios no Equador quadruplicou entre 2018 e 2022 e as pesquisas de opinião antes do pleito revelaram que a segurança era a principal preocupação dos eleitores.

    Ladeado por soldados fortemente armados na sua sede eleitoral em Olon, província de Santa Elena, Noboa disse que “amanhã começaremos a trabalhar por um novo Equador, para reconstruir um país fustigado pela violência, pela corrupção e pelo ódio”.

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    Analistas salientam que o empresário, que tem pouca experiência política, terá dificuldades para resolver o problema de segurança do Equador, bem como o baixo crescimento econômico do país, durante o seu limitado período no cargo. Embora os mandatos presidenciais equatorianos durem normalmente quatro anos, estas eleições foram antecipadas devido à dissolução do parlamento pelo presidente cessante, Guillermo Lasso, diante de um processo de impeachment.

    + Crise no Equador: a veia aberta da América Latina

    Noboa cumprirá o mandato iniciado por Lasso, que terminará em maio de 2025. Depois, ele poderá concorrer a um segundo mandato.

    Durante a sua campanha, o novo líder do Equador prometeu combater as poderosas gangues do país, muitas das quais operam dentro de prisões, colocando os criminosos mais perigosos em navios-prisão ao largo da costa do país. Ele também garantiu que aumentará a segurança nas fronteiras e nos portos equatorianos, para paralisar as principais rotas de tráfico de drogas.

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    Sua proposta para a economia do país, imersa em uma crise desde a pandemia, é aumentar as oportunidades de emprego para os jovens, em particular através da parceria público-privada com a criação de incentivos para empresas nacionais e estrangeiras.

    + Villavicencio era uma voz a iluminar o drama do Equador – e foi calado

    Formado pela Universidade de Harvard, o candidato centrista ganhou popularidade entre os jovens eleitores com falta de perspectivas para o futuro. Mas, enquanto se apresenta como uma alternativa aos políticos do establishment, seus críticos salientam que ele vem de uma das famílias mais poderosas do Equador.

    O jovem Noboa é filho e herdeiro do magnata da banana Álvaro Noboa, que tentou – mas não conseguiu – ser eleito presidente cinco vezes.

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    A sua vitória é vista por muitos no Equador como um sintoma do cansaço dos eleitores em relação ao Movimento da Revolução Cidadã e ao seu líder, Rafael Correa. Na Presidência de 2007 a 2017, ele depois foi condenado por irregularidades de campanha e vive exilado na Bélgica, mas continua a exercer uma influência considerável na política equatoriana.

    + Equador: briga de gangues deixa ao menos 11 mortos em prisão de Guayaquil

    Luisa González foi a candidata escolhida a dedo por Correa e prometeu restabelecer muitos dos programas sociais que o mentor tinha introduzido durante o seu mandato. Embora a advogada de 45 anos tenha ficado em primeiro lugar no primeiro turno, não conseguiu conquistar novos eleitores suficientes antes da segunda votação, sendo rejeitada especialmente pelos jovens.

    Após a sua derrota, no entanto, González emitiu uma nota conciliatória.

    “Para aqueles que não votaram em nós, felicito-os porque o seu candidato venceu e, como equatorianos, eu os abraço”, disse ela. “Isto é a democracia”, acrescentou.

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