Custo da violência alcança US$ 14 trilhões no mundo, aponta estudo
Relatório do Instituto para Economia e a Paz mostra que maior parte dos custos são despesas com militares, policiais e as ações para lidar com os homicídios, guerras e ameaças
O custo da violência em todo o mundo aumentou mais de 45% e atingiu o recorde de 14,3 trilhões de dólares em 2014 (45,7 trilhões de reais), equivalente às economias combinadas do Brasil, Canadá, França, Alemanha, Espanha e Grã-Bretanha, segundo um relatório sobre a segurança no mundo divulgado nesta quarta-feira. No relatório do ano passado, com dados referentes ao ano de 2013, o custo global da violência foi de 9,8 trilhões de dólares (32,3 trilhões de reais). O fosso entre as regiões mais e menos pacíficas se aprofundou, com muitos países do Oriente Médio e da África sofrendo ainda mais na violência, de acordo com a pesquisa do Instituto para Economia e a Paz (IEP), com sede na Austrália.
A Síria foi classificada como a nação menos pacífica no Índice Global da Paz 2015, enquanto a Líbia teve a deterioração mais aguda, e a Islândia continua a ser o país mais pacífico. O Brasil apareceu na 103ª posição entre 162 países do ranking. “O custo da violência está amplamente associado ao aumento das mortes, às consequências econômicas dos conflitos nos países onde estão ocorrendo e também ao aumento do custo associado às pessoas deslocadas”, disse o fundador do IEP, Steve Killelea.
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O custo da ajuda aos refugiados e pessoas deslocadas internamente nos países aumentou 267% desde 2008, para 128 bilhões de dólares (409 bilhões de reais), e o número de pessoas que fugiram de seus lares por causa de conflitos superou 50 milhões – o nível mais alto desde a II Guerra Mundial. No entanto, o maior impacto nos custos veio das despesas relacionadas com os militares, forças policiais e as ações para lidar com os homicídios, guerras e ameaças, representando mais de 68% do total, segundo o estudo.
Apesar do conflito na Ucrânia, a Europa continua a experimentar níveis históricos de paz, com a diminuição nas taxas de homicídio e a retirada de contingentes europeus das forças estrangeiras envolvidas no Iraque e Afeganistão. De acordo com o levantamento, Iraque, Síria, Nigéria, Sudão do Sul e República Centro-Africana se tornaram mais violentos do que um ano atrás. O Oriente Médio e o Norte da África são as regiões mais violentas do mundo, ultrapassando o sul da Ásia, que ficou em pior lugar no estudo relativo a 2013, divulgado no ano passado.
(Da redação)