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Cuba poderia ter parado ‘ataques sônicos’, diz Casa Branca

Misteriosos incidentes provocaram sintomas físicos como perda auditiva, tonturas e problemas cognitivos em diplomatas americanos em Havana

Por Da redação
12 out 2017, 17h39
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  • Os Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira que Cuba não fez o bastante para prevenir os supostos ataques sônicos que afetaram diplomatas americanos, mas deixaram de acusar Havana de realizá-los. “Nós acreditamos que o governo cubano poderia ter interrompido os ataques aos nossos diplomatas”, disse o chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly.

    Os misteriosos incidentes, que as autoridades norte-americanas sugeriram inicialmente que poderiam ter sido feitos com algum tipo de dispositivo acústico escondido, afetaram pelo menos 22 funcionários da embaixada dos Estados Unidos na capital cubana. Esses diplomatas apresentaram sintomas físicos, incluindo dores de ouvido, perda auditiva, tonturas, dor de cabeça, fadiga, problemas cognitivos e dificuldade em dormir.

    Em resposta, o governo americano retirou mais da metade dos funcionários da embaixada em Havana e ordenou a expulsão de quinze diplomatas cubanos dos Estados Unidos. Cuba negou qualquer relação com os incidentes, criticou a drástica retórica de Washington e disse que medidas como essa elevariam as tensões bilaterais, algo que já tinha ocorrido desde a chegada de Donald Trump ao poder.

    Resposta lenta

    Na terça-feira, o Departamento de Estado americano defendeu a resposta dada aos ataques após uma vítima desse incidente ter denunciado que o governo de Trump administrou a crise de forma ruim e lenta. “Assim que o Departamento de Estado se deu conta de que havia um padrão (que unia todos os casos), reagimos extremamente bem”, afirmou a porta-voz do órgão, Heather Nauert.

    A emissora CBS News publicou na terça uma entrevista com uma vítima dos misteriosos ataques registrados entre o final de 2016 e agosto deste ano, que afirmou que o Departamento de Estado ignorou durante meses as queixas dos diplomatas que afirmavam ter sintomas físicos. “Por que demorou tanto tempo para organizar a retirada, tirar os cônjuges e as crianças de lá? Não sei como podem justificar deixar alguém lá agora mesmo, pensando em termos de segurança”, disse.

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    A vítima, que pediu anonimato, argumentou que o Departamento de Estado “escondeu” o que ocorria e que alguns diplomatas que tentaram proteger seus companheiros foram “ignorados” pelo governo.

    Perguntada sobre as críticas, Nauert afirmou que tinha conversado com um dos funcionários que trabalhavam em Cuba e que voltaram para Washington por ordem da Casa Branca, mas não era uma das vítimas dos ataques. Ele disse que a resposta oficial tinha sido adequada. “Talvez existam pessoas que não estão de acordo com isso”, indicou.

    A porta-voz reconheceu, no entanto, que havia “sintomas diferentes” entre os afetados e que o Departamento de Estado demorou algum tempo para perceber que havia um padrão entre os casos.

     (com AFP e EFE)

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