O correio direto entre Estados Unidos e Cuba foi estabelecido nesta sexta-feira (01), após quase dois anos de testes, e em meio à inflexibilidade do governo de Donald Trump a respeito da ilha.
Os Correos de Cuba e o Serviço Postal dos Estados Unidos “aceitaram implementar de forma permanente, em voos diretos, o intercâmbio do correio postal entre os dois países”, afirmou a empresa cubana em um comunicado.
A decisão foi adotada “após a implementação por mais de um ano do Plano Piloto para o intercâmbio direto do correio postal entre os dois países, como havia sido anunciado em março de 2016”, completa.
O correio direto entre os dois países foi bloqueado por quase meio século e só era possível por meio de outros países, o que encarecia e atrasava as postagens.
De acordo com os Correos de Cuba, o procedimento estabelecido “leva em consideração as exigências técnicas, operacionais e de segurança identificadas pelas partes durante a execução do Plano Piloto”.
O retorno do correio direto foi um dos primeiros passos discutidos para degelo entre os países iniciado pela administração de Barack Obama em 2015, quando Raúl Castro governava a ilha.
O anúncio desta sexta-feira acontece em meio a tensões políticas e diplomáticas entre os dois países, após a chegada ao poder de Donald Trump, que endureceu o embargo vigente e freou a histórica aproximação estimulada por Obama.
Quase 2 milhões de cubanos e seus descendentes vivem nos Estados Unidos e mantêm contato com parentes e amigos na ilha. O uso das novas tecnologias digitais e a internet suplantaram o envio de cartas, mas não os pacotes de remédios, alimentos e outros artigos.
(Com AFP)