O dissidente cubano Jorge Cervantes Garcia, preso desde 22 de agosto, foi internado em um hospital devido a uma greve de fome iniciada há doze dias para exigir sua libertação, denunciou nesta segunda-feira sua mulher, Kenia Grillot. Cervantes, de 42 anos, está há uma semana no hospital provincial Ernesto Guevara, na cidade de Victoria de Las Tunas, leste do país.
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“Ele se declarou em greve de fome porque considera que está preso injustamente”, disse sua mulher por telefone. “Ele não permite que lhe ponham soros nem nada, só bebe um pouco de água e o médico diz que tem que comer”, acrescentou Grillot.
Ainda segundo ela, o dissidente do regime comunista foi encarcerado na prisão Potosí, na província de Las Tunas, situada a 690 quilômetros ao leste de Havana, “porque não cumpriu os requisitos da liberdade condicional”. A mulher do opositor destacou que a detenção de Cervantes aconteceu quando ele participava de atividades do grupo dissidente União Patriótica de Cuba, do qual é um dos coordenadores.
Líder da organização, o ex-preso político José Daniel Ferrer afirmou em sua conta no Twitter que Cervantes foi torturado na prisão. Ferrer foi detido em 27 de agosto, mas libertado em seguida – foi sua terceira prisão neste ano devido a suas atividades políticas.
Precedente – Kenia Grillot lembrou que em meados do ano passado, após ser preso no mês de maio por causa de críticas ao governo do ditador Raúl Castro, o marido ficou 29 dias internado no hospital de Santiago de Cuba por outra greve de fome.
Em seu último relatório divulgado no início do mês passado, a organização opositora Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional denunciou que o domicílio de Cervantes havia sido alvo de atos repressivos por parte da polícia política. O governo cubano considera os dissidentes “mercenários” a serviço dos Estados Unidos.
(Com agência EFE)