“Acreditamos que são medidas muito limitadas, tardias e que não representam uma melhora significativa na situação dos direitos humanos em Cuba”
PublicidadeElizardo Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos
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Mais cinco presos políticos deixam Cuba nesta sexta-feira com destino ao exílio na Espanha. O grupo, porém, não faz parte dos 52 dissidentes que o governo prometeu soltar a partir de julho passado, segundo a Igreja Católica em Havana.
Elizardo Sánchez, porta-voz da ilegal porém tolerada Comissão Cubana de Direitos Humanos, não avalia as libertações desta sexta como um grande avanço. “Acreditamos que são medidas muito limitadas, tardias e que não representam uma melhora significativa na situação dos direitos humanos em Cuba”, destacou.
Os cinco que acabam de ser libertados haviam sido condenados por pirataria. Juana María Nieves recebeu a sentença em 1999 para cumprir 15 anos de prisão, assim como Domingo Ozuna, em 2000. Juan Francisco Marimón tinha a pena menor, 10 anos, decretados em 2003. Misael Mena Fernández, por sua vez, recebeu a sentença mais longa, de 17 anos de detenção, em 1999. Já José Luis Ramil deveria ficar 12 anos preso, de acordo com sentença fixada em 1994.
Fariñas – A autorização de libertação do novo grupo pelo governo cubano ocorre um dia após o também dissidente Guillermo Fariñas receber do Europarlamento o Prêmio Sakharov, por liberdade de pensamento, após realizar uma greve de fome de 135 dias em prol dos presos.
A decisão ainda confirma a continuação, por parte de Cuba, do acordo firmado com o Arcebispado de Havana e o governo espanhol, em julho, para soltar 52 dos 75 presos políticos detidos na Primavera Negra, em 2003, em um prazo de quatro meses. Desde então, 42 já foram libertados, 13 ainda permanecem presos, nove estão na ilha em liberdade condicional e o restante foi exilado na Espanha.
(Com agência France-Presse)