Cristina Kirchner diz que não vai se candidatar a nada em 2015
Presidente argentina que não poderá concorrer à reeleição desmente declarações de deputado do setor radical do kirchnerismo
A presidente Cristina Kirchner anunciou nesta quinta-feira que não será candidata a nenhum cargo eletivo em 2015, ano em que termina seu segundo mandato presidencial.
Desta forma, a presidente desmentiu o deputado Carlos Kunkel, um dos representantes do setor mais radical do kirchnerismo, que na quarta-feira havia declarado que “em 2015 Cristina Kirchner fará política e será candidata a alguma coisa”.
“O que acontece é que o Carlos gosta muito de mim”, explicou Cristina, que também afirmou, em terceira pessoa, que “não existe possibilidade alguma de ‘Cristina 2015’ para cargo eletivo nenhum”, segundo declarações divulgadas pela agência estatal de notícias Télam.
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Kunkel conheceu Cristina e seu marido Néstor Kirchner (1950-2010) quando os dois eram jovens estudantes de direito na Universidade de La Plata. Na época, ele era chefe de Néstor e Cristina no movimento estudantil peronista. Quatro décadas depois, é um de seus mais fiéis parlamentares.
Sucessão – Cristina foi eleita presidente em 2007, sucedendo seu marido, e reeleita em 2011. A Constituição argentina proíbe duas reeleições presidenciais consecutivas. Portanto, caso pretenda ocupar novamente o palácio presidencial da Casa Rosada, terá de esperar até as eleições de 2019. Em 2015, ela poderia optar por se candidatar a deputada ou ao governo de alguma província.
Kunkel e a deputada Diana Conti tentaram emplacar entre o fim de 2011 e meados deste ano o plano denominado “Cristina Eterna”, com o qual pretendiam passar uma reforma da Constituição para permitir reeleições indefinidas. No entanto, o plano teve de ser arquivado, já que nas eleições parlamentares de outubro o governo conseguiu manter apenas uma pequena maioria no Congresso Nacional. Para fazer uma reforma da Carta Magna, são necessários pelo menos dois terços do Parlamento.
(Com Estadão Conteúdo)