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Cristina Kirchner cita perseguição política após pedido de prisão

Ministério Público argentino pediu 12 anos de prisão para ex-presidente por acusações de associação ilícita e fraudes contra o Estado

Por Da Redação Atualizado em 23 ago 2022, 16h31 - Publicado em 23 ago 2022, 16h31
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  • A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, usou suas redes sociais nesta segunda-feira, 23, para se defender do pedido de 12 anos prisão feito pelo Ministério Público, em uma transmissão ao vivo direto do Palácio do Congresso, em Buenos Aires.

    Acusada de associação ilícita e fraudes contra o Estado, a ex-mandatária chamou o sistema judicial argentino de corrupto e tendencioso, sugerindo uma suposta perseguição política contra ela. Do lado de fora do Senado, apoiadores acompanharam o discurso por celular e gritavam em apoio à ex-presidente.

    + Ministério Público argentino pede 12 anos de prisão para Cristina Kirchner

    “Nada do que os promotores disseram foi provado. Ao contrário, muito do que disseram na verdade foi o oposto do que ocorreu”, afirmou Cristina na transmissão, na qual também fez acusações ao braço direito do ex-presidente Mauricio Macri, Nicolás Caputo, mostrando mensagens que provariam uma atuação dele para livrar o ex-mandatário de acusações de corrupção em seu governo.

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    Durante a transmissão, a vice-presidente comentou reportagens de jornais e mostrou o que seriam conversas entre políticos rivais como Macri. “[A Justiça] só Justiça protege os políticos da oposição, por isso não sabemos onde estão os US$ 45 bilhões que Macri pediu ao FMI nem porque ele espionou os familiares das vítimas do ARA San Juan”, disse, em referência ao incidente com o submarino da Marinha argentina que desapareceu em 2017.

    Na segunda-feira, 22, o procurador Diego Luciani, pediu a prisão da política durante o julgamento iniciado em 2019, e que agora entrou em sua fase final. Luciani afirmou se tratar do “maior esquema de corrupção já conhecido no país” e solicitou uma pena de 12 anos de prisão para Kirchner.

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    Além da detenção, Luciani  pediu que a vice-presidente fosse banida da eleição a cargos públicos para o resto da vida e que ela devolvesse 5,3 bilhões de pesos (R$ 200 milhões) aos cofres públicos.

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    “Querem me condenar por 12 anos porque foram 12 anos os que governamos a Argentina com sucesso”, disse a viúva do ex-líder Néstor Kirchner, referindo-se ao período em que ela e o marido ocuparam a Presidência do país.

    Kirchner é acusada de ter desviado 46 bilhões de pesos em 51 projetos de infraestrutura na província de Santa Cruz por meio de concessões públicas ao empresário Lázaro Báez, proprietário da construtora Austral Construcciones. Além da ex-presidente e de Báez, entre outros, o ex-ministro das Obras Públicas Julio De Vido também se senta no banco dos réus. 

    Como argumentos da suposta fraude, o Ministério Público afirmou que o patrimônio de Báez cresceu 12.000% entre 2004 e 2015 e de sua empresa cresceu 46.000%. Durante as três Presidências dos Kirchner, duas de Cristina e uma de Néstor, Báz teve como cliente o Estado e fechou cerca de vinte acordo comerciais particulares com a família Kirchner.

    Durante os nove dias de leitura de acusações, Kirchner tentou tirar Luciani do caso, assim como um dos três juízes do tribunal, Rodríguez Giménez Uriburu, citando uma foto divulgada na imprensa que mostra os dois como participantes costumeiros de campeonatos de futebol que o ex-presidente Mauricio Macri, seu rival político, organiza em sua casa de veraneio.

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    A sentença será apresentada nos próximos meses, de acordo com a mídia local, embora Cristina ainda possa apelar em instâncias superiores, o que faria com que um veredicto final demorasse possivelmente anos. Mesmo se condenada à prisão, no pior dos casos, ela pegaria prisão domiciliar por sua idade.

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