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Covid-19 paralisa vacinação e expõe 80 milhões de bebês a outras doenças

OMS e Unicef alertam para o retorno do sarampo, poliomielite e difteria; autoridades dizem haver risco de 'trocar um surto mortal por outro'

Por Amanda Péchy Atualizado em 8 dez 2020, 14h31 - Publicado em 22 Maio 2020, 15h10

A interrupção de campanhas de vacinação em massa devido à pandemia de coronavírus colocou ao menos 80 milhões de crianças com menos de um ano em risco de contrair doenças como difteria, sarampo e poliomielite. O dado foi divulgado nesta sexta-feira, 22, pelas agências globais de saúde Aliança Gavi de Vacinas, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização Mundial da Saúde (OMS), que apelam pela continuidade da imunização.

O alerta severo precede a Cúpula Global de Vacinas, no dia 4 de junho, na qual líderes mundiais se reunirão para discutir programas de imunização e o impacto da pandemia nas populações de países de baixa renda. No encontro, a Gavi espera receber doações para financiar a produção e distribuição de vacinas.

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A expectativa é de arrecadar pelo menos 7,4 bilhões de dólares para a Gavi, para vacinar 300 milhões de crianças em 68 países de baixa renda entre 2021 e 2025. Além disso, o financiamento pode ajudar na reconstrução dos sistemas de saúde para ajudar a combater os danos causados pela pandemia.

Água abaixo

De acordo com dados coletados pela OMS, Unicef, Gavi e Sabin Vaccine Institute, os serviços de imunização de rotina estão prejudicados em pelo menos 68 países desde março, o que afetará aproximadamente 80 milhões de crianças com menos de um ano de idade.

A situação é sem precedentes desde o início dos programas ampliados de imunização (EPI) na década de 1970. Mais da metade (53%) dos 129 países com dados disponíveis relataram interrupções ou a suspensão total dos serviços de vacinação entre março e abril deste ano.

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“A imunização é uma das ferramentas mais poderosas e fundamentais de prevenção de doenças na história da saúde pública”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “A interrupção dos programas de imunização durante a pandemia da Covid-19 ameaça desintegrar décadas de progresso contra doenças preveníveis por vacina, como o sarampo”.

Os motivos dos serviços interrompidos variam. Algumas famílias relutam em sair de casa devido às restrições contra o coronavírus, há falta de informação ou há temor do contágio. Muitos profissionais da saúde não estão disponíveis devido as restrições de viagem ou remanejamento para a resposta contra a pandemia – além da falta de equipamento de proteção.

“A manutenção de programas de imunização não apenas evitará mais surtos, como também garantirá a infraestrutura necessária para implantar uma eventual vacina contra a Covid-19 em escala global”, disse Seth Berkley, CEO da Gavi.

Atrasos no transporte de vacinas estão exacerbando a situação. A Unicef registrou falhas nas entregas planejadas devido às medidas de bloqueio, que limitaram voos comerciais e fretamentos. As Nações Unidas apelaram aos governos e ao setor privado para negociar um frete acessível para essas vacinas. A Gavi assinou recentemente um acordo com a Unicef para cobrir o aumento dos custos de transporte.

“Não podemos deixar que a nossa luta contra uma doença venha à custa do progresso em longo prazo na luta contra outras doenças”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva da Unicef. “Embora as circunstâncias possam exigir uma pausa temporária de alguns esforços de imunização, essas imunizações devem reiniciar o mais rápido possível, ou corremos o risco de trocar um surto mortal por outro.”

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Na próxima semana, a OMS emitirá novos conselhos aos países sobre a manutenção de serviços essenciais durante a pandemia, incluindo recomendações sobre como fornecer vacinas com segurança.

Imunização em espera

No final de março, a OMS recomendou a suspensão temporária de campanhas preventivas de imunização para evitar aglomerações e diminuir o contágio da Covid-19. As campanhas de vacinação contra o sarampo e a pólio, em particular, foram gravemente atingidas. Ao menos 27 países suspenderam programas contra o sarampo e 38 as campanhas contra a pólio.

Pelo menos 24 milhões de pessoas em 21 países de baixa renda apoiados pela Gavi estão em risco de perder vacinas contra a poliomielite, sarampo, febre tifóide, febre amarela, cólera, rotavírus, HPV, meningite-A e rubéola.

Agora, a OMS orientou que cada país faça avaliações de risco específicas, com base na dinâmica local da transmissão do coronavírus e na capacidade do sistema de saúde. A Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite (GPEI) pediu o reinício seguro das campanhas de vacinação contra a polio, especialmente em países de alto risco.

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Apesar dos desafios, alguns países estão fazendo esforços para continuar a imunização. Uganda manteve serviços de vacinação junto a outros serviços essenciais de saúde, inclusive financiando o transporte para a população. Em Laos, apesar do bloqueio nacional imposto em março, a imunização de rotina continuou em meio às medidas de distanciamento.

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