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Corpos carbonizados reforçam registros de massacre em aldeia síria

Nas casas de Al-Koubeir corpos carbonizados de mulheres e crianças estão espalhados. Elas foram vítimas de um massacre cometido pelas forças do governo na quarta-feira nesta região rural do centro da Síria, contam uma testemunha e ativistas horrorizados. “Corpos carbonizados de crianças, de mulheres e de meninas estão espalhados pelo chão”, relatou por telefone à […]

Por Por Serene Assir
7 jun 2012, 15h48
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  • Nas casas de Al-Koubeir corpos carbonizados de mulheres e crianças estão espalhados. Elas foram vítimas de um massacre cometido pelas forças do governo na quarta-feira nesta região rural do centro da Síria, contam uma testemunha e ativistas horrorizados.

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    “Corpos carbonizados de crianças, de mulheres e de meninas estão espalhados pelo chão”, relatou por telefone à AFP Laith, um jovem que vive nas imediações de Al-Koubeir, aldeia sunita na província de Hama, onde moram cerca de 150 agricultores e criadores de gado.

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    “O que vi é inimaginável. Foi uma matança horrível (…) as pessoas foram executadas e (seus corpos), queimados. Os corpos dos homens jovens foram levados”, indicou Laith com a voz trêmula.

    Ele prefere omitir seu sobrenome, por medo de represálias das forças do governo.

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    Seu relato não pode ser confirmado devido às restrições impostas aos jornalistas na Síria.

    Pelo menos 55 pessoas foram assassinadas, das quais 49 em Al-Koubeir e seis no povoado vizinho, indicou nesta quinta-feira à AFP o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, acrescentando que “entre as vítimas estão 18 mulheres e crianças”.

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    Segundo Laith, “não havia manifestações” contra o regime naquele local desde que teve início o levante na Síria, em meados de março de 2011.

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    O massacre começou por volta das 14h00 de quarta-feira (08h00 de Brasília). A área estava cercada por tanques e “as tropas começaram a bombardear Al-Koubeir sem parar até as 20h00”, lembrou.

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    Os “shabiha”, milícias do governo que chegaram de regiões alauítas próximas, entraram depois em Al-Koubeir, prosseguiu.

    “Tinham armas de fogo e facas. Chegaram de povoados próximos, como Asileh, que é alauíta”, explicou.

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    Desde 1970, os alauítas ocupam cargos importantes na Síria. O próprio presidente, Bashar al-Assad, pertence aos alauítas, uma corrente minoritária do islã xiita.

    “Pessoas desse povoado que eu conheço me disseram que durante a noite, os milicianos shabiha beberam e dançaram em volta dos corpos, cantando em homenagem a Bashar al-Assad”, acrescentou Laith.

    “Os observadores foram chamados pelo menos trinta vezes”, denunciou. “Mas não vieram (…) Simplesmente não podemos aceitar mais isto (…) Se pessoas são mortas, tudo é uma montagem, uma mentira”, denunciou.

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    Nesta quinta-feira, os observadores da ONU mobilizados na Síria não conseguiram chegar a Al-Koubeir, principalmente, por terem sido impedidos por “barreiras do Exército”, anunciou o chefe da missão, general Robert Mood.

    Militantes de Hama também acusaram os shabiha de serem os responsáveis pelo massacre nesta aldeia.

    “Acho que pediram a criminosos que transmitissem uma mensagem ao povo sírio dizendo ‘ou estão conosco ou estão contra nós'”, considerou Abu Ghazi al-Hamwi, um militante, que apresentou um nome falso temendo represálias.

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    “A violência é pior em áreas onde vivem sunitas e alauítas. O governo tenta dividir a sociedade”, acrescentou, indicando que havia conversado com um sobrevivente da matança que escapou fingindo-se de morto e que tinha perdido “35 membros de sua família”.

    Ele também se queixou dos observadores da ONU.

    “Quando o Exército se mobilizou e começou a bombardear 20 ou 25 casas, houve militantes que ligaram para os observadores da ONU, que responderam que não podiam ir porque era tarde”, acrescentou.

    Para Musab al-Hamadi, outro militante de Hama, “o governo quer provocar confrontos sectários no país”.

    “Aqui todos dependem do Exército Sírio Livre (ESL, composto por desertores do Exército). A comunidade internacional nos abandonou”, concluiu.

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