O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou o fechamento de fábricas, escolas, bares, lojas, parques e voos internacionais e adiou a votação final da reforma Constitucional para combater a propagação da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Moscou registrou um aumento de 182 casos diagnosticados nas últimas 24 horas.
Os hospitais, farmácias, bancos, supermercados, transportes públicos e restaurantes que entregam comida em casa continuarão funcionando normalmente. A medida para o comércio e as escolas é válida por uma semana. Os voos internacionais e o pleito sobre a reforma Constitucional não receberam uma nova data. “Vocês sabem que isso (a reforma) é um assunto muito importante para mim (…) Mas, como eu já disse antes, nossa prioridade absoluta é a segurança da população”, disse Putin, referindo-se à mudança que permitirá ao líder russo se manter no poder até 2036.
O governo russo estava sendo contestado pela oposição, que alegava que Moscou estava encobrindo os casos de coronavírus no país. Mas, na terça-feira 24, as autoridades reconheceram não ter uma “percepção clara” do avanço da doença no país. Na quarta, a Rússia registrou as duas primeiras mortes por coronavírus.
O presidente pediu disciplina aos russos e aconselhou a população a ficar em casa. “O que está acontecendo em inúmeros países ocidentais, tanto na Europa como no exterior, pode ser o nosso futuro imediato”, alertou.
A pandemia do novo coronavírus já atingiu 160 países, infectando 491.623 e matando 22.169, segundo a Johns Hopkins University. O pior cenário é o italiano, com 74.386 casos e 7.503 mortes, que supera o total de óbitos pelo vírus na China (3.291), onde a doença se originou em dezembro de 2019. O segundo pior é na Espanha, com 56.188 casos e 4.089 mortes. A Rússia contabiliza oficialmente 840 casos e duas mortes. No Brasil, foram contabilizadas 2.567 infecções e 61 mortes, a maioria no estado de São Paulo.