Coronavírus nos EUA: escolas fecham e prateleiras vazias
Governo de Donald Trump anuncia maior distribuição de kits de diagnóstico, insuficientes para cobrir a demanda até o momento
O temor da propagação do novo coronavírus dentro dos Estados Unidos levou à escassez de produtos nas prateleiras de mercados e forçou os governadores de seis estados nos Estados Unidos a anunciar o fechamento de escolas por um período de até duas semanas. O governo federal também anunciou nesta sexta-feira, 13, que irá agilizar a distribuição de novos kits de diagnóstico para a doença que, até o momento, são insuficientes para atender a demanda.
No país, há cerca de 1.600 casos confirmados e 44 mortes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 125.048 casos de coronavírus no mundo, incluindo a China, e 4.613 mortes registradas devido ao Covid-19. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá fazer novo pronunciamento nesta tarde sobre o combate à epidemia.
Nas redes sociais, principalmente no estado de Nova York, usuários compartilham fotos e vídeos dos mercados completamente cheios, mas com prateleiras vazias. A população iniciou a estocagem de víveres, como está acostumada em situações de tempestades.
Já os estados de Ohio, Michigan, Oregon, Maryland, Kentucky e Novo México determinaram o fechamento de escolas a partir de segunda-feira.
A governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, disse que era uma ação necessária a ser tomada e garantiu que as crianças que dependem da alimentação na escola não ficarão sem assistência do governo. O governador do Kentucky, Andy Beshear, também tomou medidas para continuar oferecendo alimentação para as crianças das famílias de baixa renda, após recomendar o fechamento das escolas por duas semanas.
Além de fechar as escolas, o governador de Maryland, Mike Hogan, proibiu qualquer aglomeração de mais de 250 pessoas. O estado faz divisa com o Distrito de Columbia, onde está a capital americana, Washington. No Oregon, a governadora Kate Brown disse ter tentado manter as escolas abertas, mas devido ao temor ao vírus, as salas de aulas começaram a ficar vazias, e o governo foi forçado a suspende-las.
Em Ohio, o governador, Mike DeWine, determinou o fechamento das escolas por três semanas e afirmou que serão buscadas formas alternativas para oferecer as aulas. Também proibiu as reuniões de mais de 100 pessoas. Já o secretário de Educação do Novo México, Ryan Stewart, afirmou que a suspensão das aulas “é uma medida pró-ativa para limitar a potencial expansão da Covid-19 (a doença causada pelo novo coronavírus) na comunidade”.
Donald Trump anunciou nesta sexta-feira novas medidas para melhorar o processo de diagnóstico de Covid-19. Dentre elas, o governo criará uma linha de suprimentos para laboratórios que estão ficando sem os itens necessários para realizar os testes e uma ajuda de 1,3 milhões de dólares para empresas que estão a desenvolver novos exames.
A Casa Branca também permitiu a laboratórios públicos e privados de Nova York a conduzirem os testes. Segundo a CNN, o governador do estado, Andrew Cuomo, sugeriu ao vice-presidente, Mike Pence, encarregado da crise, a descentralização da realização dos testes.
As medidas anunciadas por Trump ocorrem após tanto políticos democratas quanto republicanos terem denunciado que os kits de diagnóstico não estavam sendo suficientes para identificar os novos casos. Em 2018, o presidente americano congelou um fundo que financiava ações de prevenção de epidemias em 39 países, incluindo a China, após Trump ter negado auxílio monetário para ações de combate ao Ebola na África.
(Com AFP)