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Uma cidade no Equador vive um pesadelo a medida em que os casos do novo coronavírus se multiplicam. Os serviços funerários de Guayaquil, onde se concentram 70% dos casos de Covid-19 no país, estão sobrecarregados pelo incomum número de óbitos registrado nos últimos dias, ao mesmo tempo em que vídeos e testemunhos sobre corpos esperando dias para serem coletados se multiplicam nas redes sociais.
Até esta quarta-feira 1, as autoridades locais removeram 150 cadáveres que estavam em várias casas. Uma força-tarefa conjunta militar e policial criada pelo governo para lidar com essa emergência, informou o porta-voz Jorge Wated.
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Wated reconheceu as falhas do “sistema funerário” em Guayaquil, o que fez com que o serviço dos médicos legistas e das funerárias não atendessem rapidamente aos casos de mortes nas residências no meio do toque de recolher de 15 horas estabelecido no país. As autoridades não confirmaram quantas vítimas da Covid-19 estão entre os mortos, mas segundo a imprensa equatoriana há vítimas de outros males entre os casos.
Segundo o jornal El Universo, até terça-feira 31 as autoridades locais registraram 163 chamados para recolherem corpos pela cidade. Ao todo, segundo a imprensa local, mais de 300 cadáveres foram coletados na última semana de março.
Como resultado, o povo de Guayaquil começou a publicar nas redes sociais vídeos de corpos abandonados nas ruas e mensagens de ajuda de parentes para enterrar seus mortos.
Nos últimos dias, equatorianos tem postado fotos e vídeos em redes sociais de corpos de vítimas em calçadas e na rua. Uma das postagens mais impressionantes é de um homem que morreu enquanto esperava numa fila de compras. Os policiais consultados pela agência de notícias Reuters disseram que o corpo demorou mais de dois dias para ser removido.
A jornalista Jésica Zambrano, do jornal El Telégrafo, contou à emissora britânica BBC que seu companheiro encontrou uma pessoa morta ao sair para fazer compras. “Anteriormente, fomos informados de que havia outros mortos a poucos metros de distância. Aqui estamos acostumados a ver mendigos dormindo nas ruas, mas como resultado dessa crise, as pessoas morrem no centro da cidade”, disse.
O canal de televisão coletou ainda relatos de famílias que tiveram que esperar mais de 24 horas para que os corpos de seus familiares fossem retirados de suas casas. A prefeita da cidade, Cyntia Viteri, que está em quarentena por ter sido infectada com o coronavírus, atribuiu a responsabilidade pela atual situação às autoridades nacionais e relatou as deficiências do sistema público do país.
![Women stand near the dead body of a man who had collapsed on the sidewalk, during the outbreak of coronavirus disease (COVID-19), in Guayaquil](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/2020-03-30t221636z_1945037184_rc2muf9c9u64_rtrmadp_3_health-coronavirus-ecuador-guayaquil.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
À BBC, Jorge Wated afirmou que um conjunto de fatores pode estar causando o cenário na região, como o colapso das casas funerárias, a falta de capacidade dos cemitérios e as dificuldades que as famílias enfrentam para deixar suas casas em meio à pandemia e organizar os enterros.
Guayaquil já registrou 1.966 casos de Covid-19 e 62 óbitos. Segundo o vice-presidente regional Otto Sonnenholzner, o número de mortes com sintomas de coronavírus está aumentando e até 10 mortes por dia são relatadas em hospitais da cidade.
Ao todo, o Equador tem 2.748 pessoas infectadas e 93 mortos. O governo de Lenín Moreno decretou um toque de recolher para controlar a pandemia: os cidadãos do país devem deixar de circular pelas ruas às 16h.