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Coroa ainda é importante para britânicos – graças à rainha

Elizabeth II festeja seu jubileu de diamante cada vez mais respeitada e popular

Por Gabriela Loureiro
6 fev 2012, 15h08

“Ela é uma diplomata definitiva. O premiê precisa consultá-la antes de tomar uma decisão e tudo que é feito na Grã-Bretanha e em seus reinos é feito em seu nome.”

Robert Jobson, especialista em realeza britânica

Comprometida, dedicada e icônica, Elizabeth Alexandra Mary de Windsor completa nesta segunda-feira 60 anos no trono, que assumiu no dia 6 de fevereiro de 1952, aos 25 anos, após a morte de seu pai, George VI. Da mãe, que morreu em 2002 aos 101 anos, herdou o nome e a saúde de ferro que lhe permite, aos 85 anos, seguir facilmente rumo à quebra do recorde de sua tataravó, a rainha Vitória, que teve o reinado mais longo da história do país: 63 anos (1837-1901). Única mulher da realeza britânica a entrar para as Forças Armadas, além do vigor, Elizabeth II também é dona de um gênio forte, segundo quem a conhece. “A personalidade dela é dividida em duas, claro, como figura pública que é. Ela é alguém que adora privacidade e tem suas paixões, inclusive o amor por cavalos, mas tem muitas pressões por ser o rosto da única monarquia internacional do mundo”, disse ao site de VEJA um dos biógrafos da rainha e especialista em realeza britânica, Robert Jobson.

Acervo Digital VEJA: Elizabeth II, o segredo do charme da família real britânica

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Sua influência no governo britânico mantém-se ilibada ao longo dessas seis décadas. Toda terça-feira, ao menos quando está em casa, recebe o primeiro-ministro para uma reunião a portas fechadas. Doze já passaram por ela, de Winston Churchill a Margaret Thatcher, passando por Tony Blair até o atual David Cameron. “O papel dela não é ter uma opinião forte ou agir politicamente. Ela está lá para ser consultada e dar conselhos ao primeiro-ministro”, explica Jobson. “É uma diplomata definitiva. O premiê precisa consultá-la antes de tomar uma decisão e tudo o que é feito na Grã-Bretanha e em seus reinos é feito em seu nome”, acrescenta ele, que define Elizabeth II como a “rainha do mundo”, uma vez que quando se fala em rainha é nela que todos pensam automaticamente.

Contudo, apesar da importância da data que marca o jubileu de diamante, Elizabeth II manteve-se firme à determinação de economizar os “gastos extravagantes” para poupar o contribuinte. Ainda assim, obviamente, a festa está longe de ser um evento modesto: serão cinco meses de cerimônias – a comemoração oficial está marcada para junho – com exposições, cavalgadas e até uma procissão fluvial pelo Tâmisa de mil embarcações seguindo a barcaça real, apresentada como um espetáculo inédito em séculos. E, apesar de a família real já ter sido alvo de críticas da população, em ocasiões festivas como essa e o casamento de William e Kate no ano passado, o valor da fatura acaba perdendo importância aos olhos dos súditos. Mais uma prova de que a monarquia ainda tem um papel importante na vida dos britânicos, e a rainha, no auge de sua popularidade, representa a base e o charme dessa instituição.

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Escândalos – A ironia é que Elizabeth II, conhecida por sua discrição e aptidão nata para a realeza, sempre teve de contornar os escândalos de seus familiares, que frequentemente estampam as capas dos tabloides. De separações e extravagâncias até uniforme nazista em festa à fantasia, a rainha sempre conseguiu resgatar a importância da coroa britânica. “Quando alguém da família real faz algo errado, ela dá duro como chefe de estado e também como representante da nação. Ela se conecta às pessoas”, destaca Jobson. De fato, a rainha mantém sua influência como chefe de estado, chefe de família, símbolo de união de uma nação inteira e de identidade de outros 15 países além da Grã-Bretanha, desfrutando de um respeito que beira à devoção. “Ela sabe que é impossível agradar a todos o tempo inteiro. Então, quando algo dá errado, você tem de continuar servindo a população. E é isso o que ela faz.”

E foi essa mesma receita que ela colocou em prática em um dos casos mais delicados de sua história, no qual viu sua popularidade realmente ameaçada: a morte de Diana, em 1997, quando já estava separada do príncipe Charles, filho de Elizabeth II e o primeiro na linha de sucessão. Na época, foi acusada de reagir com frieza a um episódio que comoveu o mundo todo. Mas, após dias de silêncio total, ela decidiu fazer um pronunciamento lamentando o ocorrido e concedeu um sepultamento digno de Alteza Real a Lady Di. “Depois que ela falou em público sobre o caso, as pessoas perceberam que houve alguns erros de comunicação, mas que ela tinha a melhor das intenções em relação aos seus netos, para protegê-los do luto de Londres.” E estava selada, novamente, a paz com os súditos.

Paz essa que caminha sem maiores percalços desde então, conforme resume o especialista em realeza britânica: “Para permanecer 60 anos no poder, é claro que você terá altos e baixos, mas a realidade é que ela sempre inspirou respeito, trabalha duro para o país e cumpre seu dever da melhor forma que consegue. Ela é uma pessoa única. Quero dizer, quantos chefes de estado permaneceram no poder por 60 anos? E ela também tem muito carisma. Quando você conhece a rainha, você se sente privilegiado por estar com alguém com um papel único na história”.

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Assista, no vídeo abaixo, a coroação da rainha Elizabeth II:

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