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Coreia do Sul pretende ser um dos maiores fornecedores de armas do mundo

Ao completar 100 dias no cargo de presidente, Yoon Suk Yeol promete seguir os passos de seu antecessor, aumentando a produção da indústria armamentista

Por Da Redação
17 ago 2022, 15h01
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  • O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou nesta quarta-feira, 17, que está planejando fazer do país um dos maiores fornecedores de armas do mundo. Ao completar 100 dias no cargo, o chefe de Estado prometeu aumentar as exportações de armamentos de forma que Seul se torne uma potência de defesa.

    “Ao entrar nos quatro maiores exportadores de defesa do mundo depois dos Estados Unidos, Rússia e França, a indústria de defesa (sul coreana) se tornará uma industrialização estratégica e uma potência de defesa”, disse Yoon em entrevista coletiva no gabinete presidencial.

    Com exportações de armas avaliadas em US$ 566 milhões (R$ 2,9 bilhões), de acordo com Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), Seul ficou em quinto lugar dos fornecedores de armamentos, bem atrás da Itália, que vendeu armas no valor de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,8 bilhões).

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    O país já está tomando medidas para subir posições no ranking. No final do mês passado, o governo sul-coreano assinou seu maior acordo de armas de todos os tempos para fornecer à Polônia quase 1.000 tanques de guerra, mais de 600 peças de artilharia e dezenas de caças (aviões militares para combate aéreo).

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    Além disso, em fevereiro, a nação fechou um acordo de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,8 bilhões) com o Egito para fornecer obuseiros K9 (peças de artilharias que dispararam granadas) e veículos militares de apoio. Outro grande acordo semelhante foi fechado com a Austrália no final do ano passado.

    Se a Coreia do Sul atingir a meta de Yoon, ultrapassará não apenas a Itália, mas a China bem como Alemanha, Espanha, Israel e Reino Unido, de acordo com o ranking do SIPRI.

    “Acredito que este é um objetivo muito ambicioso”, avaliou Chun In-Bum, um general sul-coreano aposentado em entrevista à emissora americana CNN. “A Coreia do Sul e sua indústria de armas precisam trabalhar muito”, disse ele.

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    O atual presidente da nação está seguindo os passos de seu antecessor, Moon Jae-in, a quem Yoon sucedeu em maio. Autoridades do Ministério da Defesa sul-coreano afirmaram que o ex-presidente “mudou a topografia das forças armadas do país”, aumentando seus orçamentos de defesa em cerca de 7% ao ano.

    Especialistas atestam que o equipamento militar de Seul fornece uma alternativa menos cara, mas extremamente capaz, aos sistemas de armas dos Estados Unidos. Entre as apostas sul-coreanas que prometem impulsionar sua indústria armamentista em US$ 18,3 bilhões (R$ 94 bilhões), está o caça KF-21, avião supersônico que teve seu primeiro voo de teste bem-sucedido em julho.

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    Para os compradores, as armas sul-coreanas podem ser uma forma de esticar os orçamentos de defesa, obtendo uma redução no custo e no tempo de fabricação dos equipamentos.

    Apesar das empresas de defesa norte-americanas estarem perdendo clientes para Seul, a entrada da nação oriental neste messo é uma boa notícia para os interesses dos EUA.

    “Mesmo que permaneçam dúvidas sobre a verdadeira extensão do alinhamento estratégico da Coreia do Sul com os Estados Unidos, Seul está gerando efeitos estratégicos ao armar aliados que enfrentam a coerção chinesa e russa”, analisam os pesquisadores Peter Lee e Tom Corben do Centro de Estudos da Universidade de Sydney, na Austrália.

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