Depois de oito na Presidência e meses de envolvimento na campanha de Hillary Clinton para ocupar o seu lugar na Casa Branca, Barack Obama precisou aceitar a vitória de Donald Trump nas urnas. No dia seguinte à eleição, o presidente sugeriu uma transição tranquila no governo e parabenizou o republicano. Sua conversa mais difícil após a derrota do Partido Democrata, porém, foi com as filhas Malia, de 18 anos, e Sasha, de 15.
Em entrevista à revista New Yorker, Obama disse que deu conselhos às jovens sobre como lidar com a frustração após a eleição e, especialmente, com relatos de ofensas a negros nos Estados Unidos que surgiram depois da vitória do magnata. “Eu disse que as pessoas são complicadas”, contou Obama. “Sociedades e culturas são confusas… Não é matemática; é química e biologia. São organismos vivos e é uma bagunça.”
Obama também pediu que as filhas, como “cidadãs e seres humanos decentes”, seguissem na batalha para que as pessoas sejam tratadas com “bondade, respeito e compreensão”. “Vocês devem antecipar que, em algum momento, a intolerância irá reacender, ou pode estar dentro de vocês, e vocês terão que vencer”, aconselhou o pai. “Vocês não podem ficar em posição fetal ou se preocupar com o apocalipse. Digam ‘ok, onde são os lugares onde posso empurrar para manter o avanço?'”.
Pai dedicado, Obama fez questão de fazer parte da adolescência das filhas, mesmo ocupando o maior cargo político do país. De acordo com a New Yorker, o presidente procurou repassar o seu modo otimista de ver o mundo às jovens. “É como eu interajo com amigos e estranhos. Genuinamente não assumo o pior, porque eu já vi o melhor em várias situações”, relatou.