Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Com trégua de 60 dias, EUA preparam plano para fim do conflito Israel-Hezbollah

Proposta prevê uso de antigo mecanismo da ONU criado para acabar com a guerra do Líbano de 2006, diz Reuters; Israel, porém, amplia operação militar

Por Da Redação 30 out 2024, 09h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Mediadores dos Estados Unidos costuram uma proposta para encerrar as hostilidades entre Israel e a milícia libanesa Hezbollah, informou a agência de notícias Reuters nesta quarta-feira, 30, que inclui um cessar-fogo de 60 dias e a implementação de um mecanismo criado pelas Nações Unidas para acabar com a guerra do Líbano de 2006. As forças israelenses, porém, sinalizaram que continuam apostando numa resolução militar, não diplomática, para o conflito, ao emitir uma ordem de retirada para civis em uma cidade no norte do Líbano pela primeira vez.

    Duas fontes – uma pessoa próxima às negociações e um diplomata graduado do Líbano – confirmaram o plano americano à Reuters. Segundo as autoridades, o período de dois meses de trégua seria usado para finalizar a implementação completa da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que foi adotada em 2006 para encerrar o último conflito direto entre Israel e Hezbollah, aliado do grupo terrorista palestino Hamas e do poderoso Irã. O mecanismo, que envolve a o envio de soldados da ONU para o sul libanês, tem como objetivo garantir que o país fique livre de armas não regulamentadas pelo estado.

    Israel intensifica operação

    Apesar dos esforços diplomáticos, Tel Aviv parece apostar na intensificação de suas operações militares no Líbano. Nesta quarta-feira, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) emitiram uma ordem de retirada para civis em Baalbek, a primeira vez que uma cidade do norte do país recebe um alerta do tipo.

    Os avisos israelenses são seguidos com frequência por bombardeios, e o governador local, Bachir Khodr, pediu que os habitantes deixem a cidade em direção ao extremo norte do Líbano. Bilal Raad, chefe regional da defesa civil do país, afirmou que autoridades usam megafones para orientar a população em fuga.

    “A cidade inteira está em pânico tentando descobrir para onde ir, há um enorme engarrafamento”, disse ele.

    + Irã promete usar ‘todas as ferramentas disponíveis’ em retaliação a Israel

    Algumas das áreas para as quais os civis estão fugindo já estão cheias de outros cidadãos deslocados pela guerra. O deputado libanês Antoine Habchi, da cidade de Deir al-Ahmar, a noroeste de Baalbek, disse que mais de 10 mil pessoas já estavam abrigadas por lá em casas, escolas e igrejas antes da ordem de evacuação de quarta-feira.

    Continua após a publicidade

    “Precisamos de ajuda imediata do governo para que essas pessoas não fiquem no frio”, disse ele à agência de notícias Reuters.

    Resolução 1701

    Pedra angular das negociações para encerrar os combates entre Israel e o Hezbollah, que eclodiram em paralelo à guerra em Gaza e escalaram vertiginosamente nas últimas cinco semanas, o mecanismo criado pelas Nações Unidas já foi citado diversas vezes por autoridades libanesas e americanas como saída para as hostilidades.

    “Gostaríamos de reiterar que buscamos uma resolução diplomática que implemente totalmente a (Resolução) 1701 e leve cidadãos israelenses e libaneses de volta para suas casas em ambos os lados da fronteira”, disse Sama Habib, porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Beirute, quando questionado sobre o suposto plano de 60 dias de trégua.

    + Conflito pode reduzir PIB do Líbano em 9% neste ano, diz ONU

    O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Amos Hochstein, que está por trás das costuras da nova proposta de cessar-fogo, disse a repórteres em Beirute no início deste mês que a Resolução 1701 carece de “mecanismos de execução” – ou seja, autoridades terceiras que garantam sua implementação –, já que não seria possível confiar em Israel nem no Líbano para aplicá-la totalmente.

    Continua após a publicidade

    Segundo a Reuters, essa trégua de dois meses substituiu uma proposta do mês passado, apoiada pelos Estados Unidos e outros países, que previam um cessar-fogo de 21 dias como um prelúdio para a implementação da Resolução 1701. Ambas as fontes ouvidas pela agência de notícias, porém, alertaram que o acordo ainda pode fracassar.

    A autoridade próxima às negociações disse que Israel ainda defendia a possibilidade de realizar uma “execução direta” da trégua, por meio de ataques aéreos ou outras operações militares contra o Hezbollah, caso o grupo armado – que também tem influência pesada sobre a política do país – violasse o acordo. Isso pode levar a retaliações da milícia libanesa, o que essencialmente acabaria com o cessar-fogo.

    O Canal 12, maior emissora de Israel, informou que o governo quer uma versão reforçada da Resolução 1701, para permitir que autoridades israelenses intervenham no Líbano se sua segurança for ameaçada.

    Desconexão Hezbollah-Hamas

    A pressão por um cessar-fogo para o Líbano ocorre dias antes da eleição presidencial dos Estados Unidos e em paralelo com uma iniciativa diplomática semelhante em Gaza.

    Continua após a publicidade

    + Naim Qassem: Hezbollah escolhe sucessor de líder morto por Israel

    O portal de notícias americano Axios informou que Hochstein e o conselheiro presidencial de Joe Biden, Brett McGurk, pousarão em Israel nesta quinta-feira, 31, para tentar fechar o acordo sobre o Líbano.

    Autoridades israelenses e americanas acreditam que o Hezbollah está finalmente disposto a se desconectar do Hamas, tendo sofrido grandes golpes, incluindo a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, segundo a reportagem da Axios.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.