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Com Lula no poder, Farc se aproximaram do PT

Por Guilherme Amorozo
1 ago 2008, 23h34

Os arquivos eletrônicos apreendidos nos computadores de Raúl Reyes, o número 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), morto pelo Exército colombiano há quatro meses, revelam que desde a posse do presidente Lula no Brasil, em 2002, o grupo terrorista se aproximou ainda mais do PT ¿ com quem já mantinha afinidades. A intensa aproximação envolveu integrantes do governo em ações políticas de interesse dos guerrilheiros, como explica uma reportagem de VEJA desta semana.

Na semana passada, a revista colombiana Cambio publicou uma reportagem com base nos dados resgatados do computador de Reyes, mostrando que os tentáculos das Farc no Brasil são tão grandes quanto já se suspeitava. As novas evidências sobre esses laços clandestinos estão reunidas em 85 mensagens eletrônicas trocadas por representantes das Farc entre 1999 e 2008. Apreendidos nos computadores de Reyes, os arquivos chegaram às mãos do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e foram objeto de uma conversa mantida pelo presidente brasileiro com seu colega Álvaro Uribe, na visita que Lula fez há Colômbia, há duas semanas.

Embora nenhum das mensagens divulgadas até agora tenha como interlocutor alguém do PT ou do governo, há diversas referências a membros do partido e do governo brasileiro. A correspondência sugere vínculos das Farc com parlamentares, dirigentes petistas, cinco ministros e ex-ministros e três assessores pessoais do presidente Lula.

Zé Dirceu ¿ Um dos casos mais interessantes relatados nas correspondências apreendidas envolve o ex-ministro José Dirceu. Em junho de 2005, quando ele ainda era o todo poderoso chefe da Casa Civil do governo, houve um misterioso encontro em Cuba entre um representante das Farc e o jornalista brasileiro Breno Altman. Em uma mensagem arquivada no dia 4 daquele mês, um guerrilheiro, chamado José Luis, faz um relato ao comandante Reyes: “Um jovem que se apresentou como Breno Altman me disse que vinha de parte do ministro José Dirceu e que, por motivos de segurança, eles tinham concordado que as relações não deviam passar pela Secretaria de Relações Internacionais, mas sim pelo ministro, com a representação de Breno”.

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Não se sabe que tipo de relações o guerrilheiro descreve, mas fica evidente que trata-se de alguma coisa clandestina. O jornalista Breno Altman é um dos fundadores do PT e amigo do ex-ministro José Dirceu. Ele confirmou que esteve com o guerrilheiro em Havana, mas garante que não se apresentou em nome do ex-ministro.

Dias depois do encontro, porém, Reyes relata o resultado da reunião com “o enviado de Dirceu”, afirmando que o governo Lula “aceita a presença discreta de Olivério no país”. Olivério é o padre Olivério Medina, guerrilheiro condenado na Colômbia por vários crimes e escondido no Brasil desde 1997. O padre é o personagem principal das conexões das Farc com o governo brasileiro, como VEJA revelou em um reportagem de março de 2005.

A história envolvendo Dirceu é apenas uma das muitas do baú digital das Farc em que integrantes do governo Lula são citados. Saiba quais são as outras na íntegra da reportagem (exclusiva para assinantes).

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