Os protestos pró-democracia planejados esta semana em Cuba não ocorreram como o esperado.
Isso porque o governo agiu rápido para abafar as manifestações, colocando os militares nas ruas e isolando opositores em suas casas.
Há meses, os cubanos estão se manifestando contra o regime, devido à escassez de produtos básicos e restrições às liberdades civis.
Com isso, o governo vem reprimindo os opositores cada vez mais.
Quando o horário combinado pelos organizadores se aproximava, policiais armados foram em grande número para as ruas de Havana, fazendo patrulhas em quase todas as esquinas da capital.
Com medo, poucas pessoas compareceram aos protestos, e alguns postaram fotos nas ruas vestidos de branco – cor de oposição ao governo.
Os organizadores esperavam a mesma comoção dos cubanos em julho, que se reuniram em manifestações espontâneas, que não ocorriam há décadas.
Pelo menos uma pessoa foi morta durante os protestos na época, com dezenas de feridos e 1.270 presos.
Mais de 650 continuam presos quatro meses após as manifestações, de acordo com o grupo de direitos humanos Cubalex.
Na segunda-feira, 15, familiares e amigos de opositores presos pelo regime também foram detidos, assim como organizadores dos protestos.
Entre os detidos estavam Manuel Cuesta Morua, Berta Soler, a líder do movimento dos direitos das Damas de Brancos, e seu marido, Angel Moya, um ex-prisioneiro político.
O cineasta Raul Prado disse que muitos organizadores estão “sofrendo as consequências” de expressar publicamente a vontade de se manifestar.
“Demonstrar é um direito cívico. Nas circunstâncias em que estamos e com as ferramentas de que dispomos, todos têm esse direito ”, disse ele à agência de notícias Associated Press.
O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, disse na semana passada que seus apoiadores estavam “prontos para defender a revolução” em face de “uma estratégia imperial” dos Estados Unidos contra Cuba.