Com detector de metais, arqueólogo amador encontra ‘tesouro’ na Noruega
Erlend Bore, durante uma caminhada, encontrou um esconderijo na ilha de Rennesøy com medalhões raros de cerca de 500 d.C.

O Museu de Arqueologia da Universidade de Stavanger (UiS), na Noruega, informou nesta sexta-feira, 8, que um arqueólogo amador norueguês chamado Erlend Bore descobriu um esconderijo de joias raras de ouro do século VI usando um detector de metais. Segundo os especialistas da universidade, talvez tenha sido a “descoberta de ouro do século” no país europeu.
O esconderijo na ilha de Rennesøy, no sul do país, perto de Stavanger, continha nove medalhões de ouro e pérolas que outrora formavam um opulento colar, além de três anéis de ouro. As joias, que pesam pouco mais de 100g, foram datadas de cerca de 500 d.C.
https://twitter.com/CureBore/status/1699875498099110149
+ Arqueólogos encontram múmia de mil anos em região residencial do Peru
Segundo a Universidade de Stavanger, a descoberta é significativa por causa do desenho da mitologia nórdica encontrado nos medalhões: os símbolos mostram o deus nórdico Odin curando o cavalo ferido de seu filho. Os pesquisadores da faculdade informaram que o símbolo do cavalo representa angústia, mas Odin faz a contraposição com “esperança de cura e nova vida”.
Bore, 51 anos, um arqueólogo amador que sonhava em seguir a profissão quando criança, encontrou o tesouro em agosto, logo depois de receber recomendações médicas para fazer mais exercícios. Como incentivo para cumprir as orientações, decidiu comprar um detector de metais para acompanhá-lo em caminhadas.
Prestes a voltar para casa, o dispositivo de repente começou a apitar em uma encosta. Ele telefonou para arqueólogos da Universidade de Stavanger, que assumiram a busca.
+ Arqueólogos descobrem antigo navio romano no fundo do Mediterrâneo
Ole Madsen, chefe do Museu de Arqueologia da instituição, afirmou que esta foi “a descoberta de ouro do século na Noruega. Encontrar tanto ouro de uma só vez é extremamente incomum”.
Segundo o professor associado do museu Håkon Reiersen, os pingentes de ouro – medalhas douradas planas, usadas como ornamento na idade do ferro germânica, chamadas bracteatas – datam do chamado período de migração na Noruega, que ocorreu entre 400 d.C. e 450 d.C., época das grandes migrações bárbaras na Europa.
“Dada a localização da descoberta e o que sabemos sobre outras descobertas semelhantes, trata-se provavelmente de objetos de valor escondidos ou de uma oferenda aos deuses em tempos de crise”, disse Reiersen.
+ Arqueólogos descobrem ‘Stonehenge da Holanda’, santuário de 4 mil anos
Para os arqueólogos, os pingentes e as pérolas faziam parte de um colar vistoso, provavelmente feito por joalheiros qualificados e usado por pessoas poderosas da sociedade.
De acordo com a lei norueguesa, Bore e o dono da propriedade onde foi encontrado o tesouro receberão uma recompensa, embora o montante ainda não tenha sido determinado. Objetos anteriores a 1537 e moedas anteriores a 1650 são considerados propriedade do Estado e devem ser entregues às autoridades.