Embora longe de um confinamento total como decretado na Alemanha, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, reforçou a necessidade de introduzir medidas mais restritivas durante o período de festas de fim de ano para conter o avanço da Covid-19, em uma entrevista publicada nesta terça-feira, 15, pelo jornal La Stampa.
Apesar do grande número de casos e, sobretudo, de mortes, Conte assegurou que as medidas aplicadas – com o sistema de diferenciação de riscos entre regiões – “estão funcionando e permitindo recuperar o controle da curva epidemiológica”.
A Itália, o quinto país do mundo mais enlutado pela pandemia, depois de Estados Unidos, Brasil, Índia e México, se tornou o estado europeu mais afetado no sábado, com 64.520 mortes e mais de 1,8 milhão de casos. Nesta terça-feira, o número de mortos já chegou a 65.011.
Na entrevista, Conte afirmou que “à luz das sugestões do Comitê Técnico Científico, são necessárias medidas mais restritivas. Neste momento, estamos refletindo sobre isso. Devemos evitar a todo o custo uma terceira onda, porque também seria devastadora em termos de perdas de vidas humanas”.
Segundo alguns meios de comunicação, haverá uma tentativa de estender o toque de recolher ou fechar restaurantes e estabelecimentos comerciais durante as festividades, quando pessoas tradicionalmente se aglomeram. O governo pode colocar em vigor um lockdown parcial de 24 de dezembro até ao menos 2 de janeiro, ampliando toques de recolher, proibindo movimentações não essenciais e fechando bares, restaurantes e lojas durante o período, com exceção de comércio de bens essenciais.
Sobre o fato da Itália ser o país europeu com o maior número de mortes pelo novo coronavírus, Conte explicou que “este triste recorde depende do fato do índice está desacelerando mais lentamente do que em outros países que introduziram o bloqueio e devido ao limite de idade população e outros fatores”.
Em relação ao plano de vacinação, Conte antecipou que no próximo dia 29, a Pfizer disponibilizará as primeiras doses e depois chegarão as da Moderna. Segundo o premiê, “para ter um impacto efetivo na imunidade, segundo especialistas, a campanha de vacinação deve ser direcionada para entre 10 e 15 milhões de pessoas”
O governo da Itália decretou medidas de restrição de movimento em 5 de novembro, após a média de contaminações do país ultrapassar a marca dos 30.000 casos diários.
Em dimensão nacional, instituiu-se um toque de recolher entre 22h e 5h, válido para todos os dias. Além disso, proibiu-se a entrada e saída de pessoas em quatro regiões: Lombardia, Piemonte, Calabria e Vale de Aosta. A circulação dentro de cada uma dessas regiões também foi limitada.
Essas medidas de restrição de movimento permaneceram em vigor até o início de dezembro, quando a média de infecções na Itália chegava à casa das 20.000 contaminações por dia.