O governo da Colômbia decidiu suspender a partir da próxima sexta-feira, 29, todos os voos com o Brasil devido à detecção de uma nova cepa do coronavírus. A medida foi anunciada na noite de quarta-feira pelo presidente colombiano, Iván Duque.
Deste modo, a Colômbia se soma a Portugal, Itália, Turquia, Marrocos e Peru entre os países que já tomaram esta decisão. A Argentina já havia pedido às companhias aéreas que reduzissem pela metade os voos de entrada e saída para o Brasil. O Reino Unido, onde foi descoberta pela primeira vez uma nova cepa do vírus, por sua vez, proibiu as chegadas de voos de todos os países da América do Sul e do Panamá.
“Como medida preventiva e por um período de 30 dias, enquanto se fazem todas as observações, são tomadas (…) as medidas de restrição de voos da Colômbia para o Brasil ou do Brasil para a Colômbia”, disse o presidente em discurso televisionado.
A restrição afetará apenas os voos de passageiros, já que o transporte de carga permanecerá intacto. Viajantes que chegaram procedentes do Brasil entre 18 e 27 de janeiro terão que fazer quarentena por 14 dias, acrescentou.
Duque também afirmou que será intensificado o monitoramento da situação epidemiológica na vasta fronteira amazônica entre os dois países.
A variante brasileira tem mutações que favorecem a entrada do vírus nas célula humanas. Cientistas temem que essas mudanças favoreça a possibilidade de reinfecções. Por enquanto, não há evidências de que essas variantes diminuam eficácia das vacinas em produção, mas a cepa parece altamente infecciosa.
O primeiro caso de Covid-19 foi registrado no país em 6 de março e um lockdown foi decretado logo no fim do mesmo mês. Mas, diante da crise econômica provocada pelas medidas, relaxou o confinamento desde 1º de setembro, apostando em uma estratégia baseada no uso generalizado de máscaras e na proibição de eventos multitudinários.
Na última semana, em meio a um crescimento de infecções após as festas de fim de ano, o governo colocou novamente em vigor restrições à mobilidade em uma dúzia de departamentos que têm mais de 70% de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTI).