Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entregou novos documentos ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados que provam o auxílio da equipe jurídica do republicano na elaboração de uma declaração falsa apresentada ao Congresso em 2017, segundo a imprensa americana.
De acordo com o jornal The New York Times, Cohen apresentou minutas da sua declaração junto a e-mails sobre o conteúdo do depoimento trocados com a equipe jurídica de Trump, liderada por Jay Sekulow.
Na semana passada, em uma declaração pública a outro comitê da Câmara, Cohen já havia revelado que os advogados do presidente fizeram “mudanças, adições” em seu testemunho de 2017.
Na época, ele admitiu ao Congresso ter conduzido negociações com autoridades russas em nome de Trump para a construção de uma torre em Moscou, mas garantiu que os contatos cessaram em janeiro de 2016, antes do início formal da campanha eleitoral para as eleições presidenciais.
Posteriormente, contudo, admitiu ter mentido em seu depoimento sobre a duração das negociações.
Segundo a imprensa americana, os documentos entregues ao Comitê de Inteligência da Câmara provam que a equipe legal de Trump participou da elaboração da declaração falsa.
Durante depoimento na semana passada, Cohen disse que Jay Sekulow foi um dos que editaram o documento de 2017. Sekulow classificou a afirmação de Cohen como “completamente falsa”.
Durante a campanha presidencial de 2016, Trump negou ter qualquer negócio com a Rússia.
Em seu testemunho na Câmara, Cohen chamou o republicano, que foi seu cliente durante mais de 10 anos, de “racista”, “vigarista” e “trapaceiro”.
Segundo o deputado democrata Adam Schiff, o ex-advogado de Donald Trump ainda deve entregar mais documentos às autoridades americanas nos próximos dias.
No dia 6 de maio, Cohen se apresentará em uma prisão para começar a cumprir uma pena de 3 anos — ele se declarou culpado de acusações criminais, incluindo sonegação, fraude bancária e violações de finanças de campanha, em outro caso no ano passado.
Cheques
O New York Times teve acesso a seis dos 11 cheques passados por Donald Trump a Michael Cohen destinados a pagar pelo silêncio de uma das mulheres com quem o presidente manteve um caso extraconjugal.
De acordo com o jornal, os documentos no valor de 35.000 e 70.000 dólares foram enviados a Cohen praticamnew yorente mensalmente durante o ano de 2017, para reembolsá-lo por pagamentos feitos anteriormente.
O advogado teria pagado aproximadamente 130.000 dólares a atriz de filmes adultos Stormy Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, para que ela mantivesse o silêncio em relação a seu caso extraconjugal com Trump durante a campanha eleitoral de 2016.
Cohen também gastou outros 50.000 dólares para tentar manipular pesquisas eleitorais online e melhorar a reputação do republicano, segundo o Times.
Alguns dos cheques obtidos pelo jornal foram assinados pelo própro Trump, enquanto outros foram assinados pelo seu filho mais velho, Donald Trump Jr., e pelo diretor financeiro de sua empresa, Allen Weisselberg.
O presidente já negou qualquer envolvimento no caso. Fontes próximas ao republicano consultadas pelo reportagem o defenderam, afirmando que os pagamentos estavam relacionados às dezenas de outras contas de Trump, e não a qualquer tipo de suborno.
(Com EFE e Reuters)