CNT adia novo governo até que Líbia esteja ‘totalmente livre’
Transição deveria começar até este sábado, segundo prazo dado inicialmente
O Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) decidiu adiar a formação de um governo interino até que o país esteja “totalmente livre”, anunciou nesta terça-feira um de seus responsáveis.
Entenda o caso
- • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
- • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
- • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
- • A caçada pelo coronel continua. Logo após ele divulgar uma mensagem em que diz que resistirá ‘até a vitória ou a morte’, os rebeldes ofereceram uma recompensa para quem o capturar – vivo ou morto.
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“As consultas conduziram à decisão de adiar a formação do governo até depois da libertação”, declarou Mustafá al Huni.
Na última quarta-feira, o primeiro-ministro do CNT, Mahmoud Jibril, anunciou que o regime de transição seria implementado em até dez dias – prazo que terminaria neste sábado. “Para um país que esteve ausente do processo democrático durante mais de 40 anos, não é preocupante que a formação de um governo leve seu tempo e que requeira consenso”, declarou em entrevista coletiva, de Nova York.
Kadafi – O adiamento do processo foi divulgado no mesmo dia em que uma nova mensagem do ex-ditador Muamar Kadafi foi transmitida por uma rádio local. Reafirmando estar na Líbia e disposto a morrer como “um mártir”, o coronel disse que a luta continua e ameaçou seus opositores: “Estão mentindo quando afirmam que Kadafi está na Venezuela ou em Níger. Estou com meu povo e nos próximos dias acontecerá um golpe inesperado contra este grupo”.
(Com agências EFE e France-Presse)