Trípoli, 16 jan (EFE).- Representantes das cidades líbias de Guerian e Al Saba fizeram um acordo para pôr fim a três dias de choques armados entre milicianos destes locais, nos quais morreram três pessoas, afirmaram nesta segunda-feira fontes de Guerian.
Segundo estas fontes, personalidades e xeques das duas localidades, situadas a cerca de 100 quilômetros ao sul de Trípoli, se reconciliaram em um ato que aconteceu na noite de domingo na presença do primeiro-ministro, Abderrahim al Kib, e do presidente do Conselho Superior fatwa, Al Sadiq Al Ghriani, entre outros delegados do Governo.
No acordo, al Kib mostrou seu pesar pelos fatos que explodiram na noite do dia 13 e causaram a morte de três pessoas.
O primeiro-ministro, que insistiu no compromisso dos habitantes das localidades com o acordo, explicou que tinha criado uma comissão governamental para seguir de perto a evolução da situação e evitar que se repitam os combates.
O documento assinado pelas cidades inclui, além disso, a abertura de uma investigação sobre os fatos ocorridos entre a noite do dia 13 e dia 14 e o processamento dos culpados.
Segundo fontes de Guerian, os enfrentamentos começaram depois que dois jovens desta localidade foram assassinados, supostamente por homens armados da vizinha Al Saba, e que milicianos dessa cidade expulsaram a tiros uma delegação de Guerian que tinha se aproximado de Al Saba para dialogar sobre o sucedido.
A tensão entre as cidades remonta à explosão da rebelião de 17 de fevereiro de 2011, que acabou com o regime do coronel Muammar Kadafi, quando Guerian se uniu às revoltas, enquanto Al Saba permaneceu fiel às forças pró-Kadafi.
As desavenças entre diferentes cidades do país, unidas à presença incontrolada de armamento como consequência do conflito armado e da ausência de corpos de segurança estatais, provocou a explosão de vários enfrentamentos armados que acabaram se resolvendo com a mediação de personalidades e do Governo central. EFE