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China projeta fibra óptica submarina que liga Ásia, Europa e Oriente Médio

Projeto chinês, de US$ 500 milhões, rivaliza com o plano dos Estados Unidos de criar cabos de internet para conectar diversos países

Por Da Redação
Atualizado em 6 abr 2023, 16h26 - Publicado em 6 abr 2023, 13h45

As três principais empresas de telecomunicações estatais chinesas – China Telecom, China Mobile Limited e China Unicom – estão desenvolvendo uma rede de cabos de fibra óptica submarina sem precedentes. O projeto custaria US$ 500 milhões e ligaria a Ásia, o Oriente Médio e a Europa, segundo investigação reportada pela agência de notícias Reuters nesta quinta-feira, 6

O plano é um sinal de que uma intensificação da guerra tecnológica entre Pequim e Washington pode alterar o campo da internet. 

Conhecido como EMA (Europa, Oriente Médio e Ásia), o cabo ligaria Hong Kong à província insular chinesa de Hainan, antes de seguir para Singapura, Paquistão, Arábia Saudita, Egito e França. A tecnologia seria fabricada e instalada pela empresa chinesa HMN Tech, anteriormente de propriedade majoritária do gigante chinês de telecomunicações Huawei.

De acordo com a Reuters, a HMN Tech receberia subsídios do Estado chinês para construir o cabo. 

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Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que “sempre encorajou as empresas chinesas a realizar investimentos e cooperação estrangeiros”, sem comentar diretamente sobre o projeto do cabo EMA. 

A divulgação do plano das três empresas chinesas ocorre após o governo dos Estados Unidos, preocupado com a espionagem chinesa na internet, revelar frustração com o sucesso de uma série de projetos de Pequim para cabos submarinos no exterior nos últimos anos. 

Além disso, Washington também bloqueou licenças para cabos submarinos privados, incluindo as de projetos liderados pela Google, Meta Plataformas e Amazon, que conectariam os Estados Unidos a Hong Kong. Os cabos têm capacidade de transportar mais de 95% de todo o tráfego internacional da internet. 

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Há décadas, esses conduítes de alta velocidade pertencem a grupos de empresas de telecomunicações e tecnologia que reúnem seus recursos para construir vastas redes, nas quais dados se movem sem barreiras em todo o mundo.

No entanto, esses projetos são vulneráveis ​​à espionagem e tornaram-se armas de influência em uma competição crescente entre os Estados Unidos e a China. Atualmente, as superpotências lutam para dominar as tecnologias avançadas que podem determinar a supremacia econômica e militar na geopolítica das próximas décadas.

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O projeto EMA rivaliza diretamente com outro cabo em construção pela empresa americana SubCom LLC, chamado SeaMeWe-6 (Sudeste Asiático, Oriente Médio e Europa Ocidental), que também vai conectar Singapura à França, via Paquistão, à Arábia Saudita, ao Egito e a meia dúzia de outros países ao longo da rota.

Inicialmente, o projeto estadunidense tinha escolhido a HMN Tech para construir o cabo, porém uma campanha bem-sucedida de pressão da Casa Branca alterou o contrato para a americana SubCom no ano passado.

Em dezembro de 2021, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs sanções à empresa chinesa, alegando que pretendia adquirir tecnologia americana para ajudar a modernizar o Exército de Libertação Popular da China. 

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A China Telecom, a China Mobile e a China Unicom desistiram do projeto americano depois que a SubCom ganhou o contrato, no ano passado, e começaram a planejar seu próprio cabo EMA. Espera-se que as três empresas estatais de telecomunicações chinesas detenham mais da metade da nova rede. 

Os dois grandes projetos de cabos submarinos vão levar cerca de três anos para serem finalizados. As empresas chinesas esperam que os contratos sejam assinados até o final do ano, para que o cabo EMA esteja pronto até o final de 2025.

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O projeto daria à China vantagem em sua disputa com os Estados Unidos, já que criaria uma nova conexão super-rápida entre Hong Kong, China e o resto do mundo – algo que Washington quer evitar.  Além disso, as operadoras de telecomunicações apoiadas por Pequim ganharão maior alcance e proteção, caso sejam excluídas das redes americanas no futuro.

A rivalidade entre os dois projetos é um sinal precoce de que a infraestrutura global da internet, incluindo cabos, data centers e redes de telefonia móvel, pode se dividir na próxima década. Países podem ser forçados a escolher entre equipamentos de internet da China ou dos Estados Unidos, consolidando de vez uma nova ordem bipolar.

Outra consequência seria tornar as ferramentas que alimentam a economia global, como serviços bancários on-line e sistemas de satélite de posicionamento global, mais lentas e menos confiáveis. 

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