A China afirmou nesta terça-feira, 21, que seria um “erro grave” se a Argentina cortasse relações após a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais do país. O líder da extrema direita já declarou anteriormente que “não negociaria com comunistas”.
Durante sua campanha, Milei fez constantes críticas a Pequim, que está entre os parceiros comerciais mais importantes da Argentina. Há alguns meses, o futuro presidente argentino chegou a comparar o governo chinês a um “assassino” e disse que o povo na China “não era livre”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que o desenvolvimento de parcerias com a Argentina tem mostrado um bom impulso e que Buenos Aires não deveria cortar laços com Pequim ou com o Brasil, que também já foi alvo de críticas de Milei.
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O discurso contra a China contrasta com a promessa de cooperação do atual presidente, Alberto Fernández, que visitou Pequim no mês passado e qualificou o país como um “verdadeiro amigo”. Fernández também prometeu uma maior coordenação com o governo chinês no âmbito do G20 e dos Brics.
Porém, Diana Mondino, economista cotada para se tornar a ministra das Relações Exteriores do governo Milei, afirmou que a Argentina não vai se juntar ao Brics, que inclui Rússia, Brasil, China, Índia e África do Sul. O país foi convidado a integrar o grupo este ano, mas Mondino ressaltou que mesmo não tendo problema em negociar com esses países, Buenos Aires tem interesse de “deixar de interagir” com eles.
“O que não vamos fazer são contratos secretos. Argentina, este governo, nos últimos 20 anos, teve múltiplas negociações”, disse Mondino. “Isso não é normal e é o que dissemos que não faríamos.”
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Em resposta, a China deu a entender que quem sairia perdendo devido ao corte de laços seria a Argentina.
“Os dois lados têm uma forte complementaridade econômica e um enorme potencial de cooperação”, disse Mao. “A China está disposta a continuar a trabalhar em conjunto com a Argentina para promover a estabilidade e o desenvolvimento a longo prazo das relações bilaterais.”