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Chefe da COP28 rebate acusações de negacionismo da mudança climática

O sultão Ahmed al-Jaber foi criticado depois de declarar que 'não há ciência' que justifique o fim dos combustíveis fósseis

Por Da Redação
Atualizado em 4 dez 2023, 19h53 - Publicado em 4 dez 2023, 15h57

O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, sultão Ahmed al-Jaber, negou nesta segunda-feira, 4, acusações contra ele de negacionismo das mudanças climáticas. O chefe da cúpula, que também é CEO do gigante do petróleo árabe Adnoc, foi criticado por declarar que “não há ciência” por trás da exigência do fim dos combustíveis fósseis, a fim de limitar o aumento da temperatura a 1,5 ºC acima dos níveis pré-Revolução Industrial.

“Acreditamos e respeitamos muito a ciência”, declarou Al-Jaber em discurso. “Sinceramente, acho que há alguma confusão e deturpação por aí. Estou bastante surpreso com as tentativas constantes e repetidas de minar o trabalho da presidência da COP28.”

Durante a fala, o engenheiro e economista de 50 anos parecia irritado com as críticas.

“A ciência tem sido fundamental para o progresso da minha carreira e, sim, respeito a ciência em tudo o que faço”, disse ele. “Já disse repetidas vezes que a redução e a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis são inevitáveis”, acrescentou, uma das suas declarações mais fortes sobre o futuro do petróleo, do carvão e do gás.

+ Leia na íntegra o discurso de Lula na sessão de abertura da COP28

Críticas contra Al-Jaber

A retratação ocorreu depois de uma declaração polêmica em um evento on-line, realizado em 21 de novembro, com Mary Robinson, ex-enviada especial das Nações Unidas para as mudanças climáticas. Na ocasião, ele pareceu negar a necessidade do que a ONU prega.

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“Não existe nenhuma ciência, ou nenhum cenário, que diga que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é o que vai limitar (o aumento da temperatura) em 1,5 ºC”, afirmou Al-Jaber.

No seu discurso desta segunda-feira, ele também negou insinuações de que teria sido mal-educado com Robinson.

“Tive uma conversa com alguém por quem tenho muito respeito”, afirmou.

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A presidência dos Emirados Árabes Unidos nas negociações da COP28 já havia levantado questionamentos, porque o país é um dos dez maiores produtores de petróleo e gás do mundo. Al-Jaber também dirige o gigante Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc).

+ Emirados Árabes querem usar COP28 para fechar acordos de gás e petróleo

O debate climático

O encontro da COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem o objetivo de fazer progressos no combate às alterações climáticas. Todos os países-membros das Nações Unidas concordaram em 2015, com o Acordo de Paris, em reduzir as emissões de gases causadores do aquecimento global, a fim de conter o aumento médio da temperatura.

Porém, o debate continua e países cujas economias dependem fortemente de combustíveis fósseis estão relutantes em concordar com o fim total da utilização de petróleo, carvão e gás. Em vez disso, alguns sugerem que podem ser utilizadas tecnologias de captura do dióxido de carbono, gás que aquece a atmosfera, o que significa que o mundo ainda poderia queimar combustíveis fósseis em uma taxa significativa.

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+ COP28: Lula critica lucro com guerras e cobra ações concretas sobre clima

Já os países que estão na linha da frente das mudanças climáticas querem compromissos muito mais fortes com a eliminação total dos combustíveis fósseis. Tina Stege, enviada para o clima nas Ilhas Marshall, fez comentários ao clima extremo em nome das nações vulneráveis.

“O presidente disse que (o objetivo de) 1,5 °C é a sua estrela norte. Estamos aqui para pressioná-lo a respeito disso”, disse ela.

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