Autoridades de Israel, dos Estados Unidos, do Egito e do Catar encontraram-se em Doha na noite de terça-feira 28 para negociar uma nova extensão da trégua Faixa de Gaza, com objetivo de que o grupo terrorista palestino Hamas libere mais reféns. De acordo com a emissora americana CNN, que citou fontes próximas às negociações, todos os lados estão em consenso a respeito de prolongar o cessar-fogo.
A expectativa é que, se tudo correr bem no sexto dia da trégua, nesta quarta-feira, 29, e o Hamas libertar pelo menos 10 reféns israelenses, conforme planejado, uma lista adicional dos nomes de cativos do grupo palestino a serem soltos pode ser publicada no dia seguinte. Isso levaria a uma extensão do cessar-fogo por mais 24h.
Ainda segundo informações da CNN, os negociadores em Doha acreditam que há mulheres e crianças suficientes sob custódia do Hamas para prolongar a trégua por mais dois dias. Depois disso, ambas as partes teriam que discutir a libertação de homens e soldados israelenses em cativeiro.
O diretor da CIA, Bill Burns, que viajou para o Oriente Médio para participar das discussões sobre os próximos passos da trégua Israel-Hamas, já levantou a possibilidade de uma eventual ampliação da categoria de reféns a serem libertados. Houve ainda sugestões relacionadas à retirada dos corpos de vítimas do Hamas de dentro da Faixa de Gaza, para que possam ser devolvidos às suas famílias.
Enquanto isso, a lista do sexto grupo de reféns deve ser solto nesta quarta-feira foi entregue ao governo israelense e as famílias dos cativos foram notificadas. Esta será a segunda leva de libertações na atual extensão da trégua.
Outro grupo de 12 reféns, composto por 10 israelenses e dois cidadãos tailandeses, foi devolvido a Israel pelo Hamas na terça-feira. Em contrapartida, Tel Aviv libertou 30 palestinos que estavam detidos em prisões israelenses.
Agora, Israel acredita que o Hamas ainda tem 161 prisioneiros em Gaza, que foram sequestrados em 7 de outubro, durante o brutal ataque que devastou comunidades do sul do país e deixou ao menos 1.200 mortos. Desses 161, 146 são israelenses (alguns dos quais têm dupla nacionalidade) e 15 são estrangeiros.
O grupo que ainda permanece em cativeiro, segundo autoridades israelenses, inclui quatro crianças menores de 18 anos; quatro jovens entre 18 e 19 anos; dez pessoas de 75 anos ou mais.
Até esta quarta, um total de 86 reféns foram libertados, 66 deles israelenses e 20 estrangeiros. Só 60 fazem parte do acordo de trégua entre Israel e Hamas – os outros foram soltos mediante outros acordos, ou resgatados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Além disso, os corpos de duas pessoas que foram sequestradas em 7 de outubro foram localizados em Gaza por soldados das FDI.
Já Israel libertou 180 palestinos da prisão – principalmente mulheres e adolescentes ou crianças – muitos dos quais foram detidos, mas nunca acusados.