Um grupo dissidente do Cartel do Golfo do México, conhecido como Scorpions Group, pediu desculpas publicamente nesta sexta-feira, 10, pelo sequestro de quatro cidadãos dos Estados Unidos, capturados na semana passada. Os criminosos entregaram os homens responsáveis pelo sequestro, que culminou na morte de dois americanos.
A mídia mexicana publicou fotos de cinco homens deitados de bruços no chão, com as mãos amarradas e as camisetas levantadas acima de suas cabeças quando a polícia chegou ao local na cidade de Matamoros, perto da fronteira sul com os Estados Unidos.
Junto com os homens, o Scorpions Group deixou uma carta pedindo desculpas ao povo de Matamoros e às quatro vítimas americanas e uma mexicana. O incidente ocorreu depois que a gangue atirou contra uma minivan branca em que os americanos viajavam.
Na carta, o grupo esclarece que os homens entregues quebraram as regras do cartel de “proteger os inocentes”, e ainda afirmou que os cinco “agiram por decisão própria e falta de disciplina”.
“Decidimos entregar aqueles que estiveram diretamente envolvidos e responsáveis pelos acontecimentos”, disse a carta.
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Os criminosos teriam levado as vítimas americanas feridas para uma clínica de saúde de Matamoros. O local foi isolado pela polícia, mas os dois americanos com os ferimentos mais graves, Shaeed Woodard e Zindell Brown, morreram logo depois do ataque.
Na quinta-feira 9, os corpos dos dois mortos foram entregues às autoridades americanas. A polícia do México acredita que as vítimas foram confundidas com membros de um cartel rival invadindo seu território. Porém, segundo investigações preliminares, três dos quatro americanos foram condenados por delitos menores relacionados a drogas e um foi acusado de fabricar narcóticos proibidos com a intenção de traficá-los.
Nos Estados Unidos, vários políticos republicanos, entre eles o senador da Carolina do Sul, Lindsey Graham, pediram que o exército americano realize operações contra os cartéis de drogas no México. Graham propõe um plano para classificar as gangues como “Organizações Terroristas Estrangeiras”, com objetivo de, como ele disse, “desencadear a fúria e o poder dos Estados Unidos contra (os grupos)”.
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Em resposta, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que “o México não era um protetorado ou uma colônia dos Estados Unidos”. O ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, chamou o plano americano de “inaceitável”.
Em meio ao clima tenso entre os dois países, a assessora de Segurança Interna dos Estados Unidos, Liz Sherwood-Randall, está no México para uma reunião com o presidente López Obrador para discutir o agravamento da crise do fentanil e dos opioides sintéticos em solo americano.