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Campanha de Biden diz que declarações de Trump são ‘ultrajantes’

Presidente americano declarou vitória antes da finalização da apuração, denunciou fraude e ameaçou ir à Justiça parar a contagem dos votos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 nov 2020, 07h02

A campanha do candidato democrata Joe Biden afirmou na manhã desta quarta-feira, 4, que as declarações do presidente Donald Trump, que pediu a interrupção da contagem dos votos e se declarou vencedor das eleições sem o anúncio de todos os resultados, são “ultrajantes e sem precedentes”.

“A declaração desta noite do presidente sobre tentar deter a contagem dos votos devidamente emitidos é ultrajante, sem precedentes e é incorreta”, declarou em um comunicado a diretora de campanha de Biden, Jen O’Malley Dillon. Ela advertiu que a equipe legal do candidato está “pronta para agir” se Trump tentar interromper a apuração dos votos.

Com a contagem ainda em andamento, o presidente afirmou que seu partido já era vencedor. O republicano ainda acusou seus oponentes de fraude eleitoral, mesmo sem provas, e prometeu ir à Suprema Corte para parar a contagem de votos no país.

“Eles sabiam que não poderiam vencer, e por isso vamos à Suprema Corte. Tenho dito isso desde o dia que ouvi que mandariam dezenas de milhões de votos [antecipados pelo correio]”, disse na Casa Branca. “Isto é uma fraude com o público americano, estamos preparados para vencer essa eleição. Francamente, nós já ganhamos esta eleição”.

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“Nós vamos à Suprema Corte”, acrescentou, seguindo uma narrativa que já vinha indicando nas últimas semanas. “Queremos que todas as votações parem”, disse o presidente, em uma aparente referência à apuração dos votos emitidos por correio, que podem ser aceitos legalmente pelos comitês eleitorais estaduais depois de terça-feira, caso tenham sido enviados no prazo.

Devido à pandemia de Covid-19, o número de pessoas que votou pelo correio nos Estados Unidos aumentou muito em relação aos últimos pleitos. Em uma pesquisa feita em julho, quase dois terços dos entrevistados disseram que usariam a modalidade neste ano, maior que a proporção de um em cada quatro eleitores nas últimas duas eleições federais. Quatro anos atrás, 57 milhões de eleitores votaram cedo, de acordo com o site da Comissão de Assistência Eleitoral dos Estados Unidos.

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Isso fez com que organizações que encorajam a participação no processo eleitoral pedissem que as pessoas parassem de enviar os votos por correspondência para não sobrecarregar o Serviço Postal americano e atrasar a contagem. Contudo, a Suprema Corte já permitiu que cédulas pelo correio sejam aceitas depois do dia 3 de novembro na Pensilvânia e Carolina do Norte.

No último domingo, em coletiva de imprensa, Trump havia negado que declararia uma vitória antecipada, taxando a notícia de “fake news”. Mesmo assim, ele afirmou que está preparado para enviar uma equipe de advogados para disputar votos em swing states, onde a disputa é acirrada, como a Pensilvânia. O presidente também havia criticado decisões da Suprema Corte que permitiram a contagem de votos por correspondência após o dia 3 de novembro em alguns estados, dizendo ser “terrível” não saber os resultados na noite da votação.

(Com AFP)

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