Cameron diz que não renunciará se o ‘sim’ vencer no plesbicito escocês
Premiê britânico admitiu que está 'nervoso' com a proximidade do pleito. Eleitores indecisos e voto facultativo podem definir o resultado final
O primeiro-ministro britânico David Camero, afirmou nesta quarta-feira que não renunciará se o ‘sim’ for o vencedor no plebiscito sobre a independência da Escócia, que será realizado amanhã. Em entrevista à imprensa enquanto visitava uma fábrica na cidade de Fleet, no sul da Inglaterra, Cameron disse que não está participando da eleição e que seu futuro político será decidido somente em 2015 – data das eleições gerais britânicas.
“Meu nome não está na cédula. O que está na cédula de votação é se a Escócia quer ficar no Reino Unido”‘, afirmou o primeiro-ministro. “Essa é a única pergunta que se decidirá na noite de quinta-feira”, completou. Alguns analistas sustentam que se os escoceses optarem pela independência, a posição do primeiro-ministro pode ficar muito enfraquecida e ele poderia renunciar. Em 2012, Cameron chegou a um acordo com o primeiro-ministro do governo autônomo da Escócia, Alex Salmond, para realizar o plebiscito – um pedido antigo dos nacionalistas escoceses.
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Cameron admitiu hoje, no entanto, que está “nervoso” antes da votação, mas garantiu que acredita na vitória do ‘não’. Três novas pesquisas divulgadas recentemente sobre intenções de voto deram uma ligeira vantagem ao ‘não’. Os institutos ICM, Opinium e Survation mostraram que 48% dos escoceses apoiam a independência, em comparação com 52% de apoio para manter a união. As pesquisas constataram que de 8 a 14% dos 4,3 milhões de eleitores da Escócia ainda estavam indecisos.
De acordo com os institutos de pesquisa, o resultado ainda é imprevisível e dois fatos podem pesar nos números finais: os indecisos e o fato de o voto não ser obrigatório – muitos eleitores do ‘sim’ e do ‘não’ podem não comparecer às urnas. Todos os moradores da Escócia maiores de 16 anos estão aptos para votar amanhã e responder com um ‘sim’ ou um ‘não’ se querem uma Escócia independente do Reino Unido.
Líderes britânicos concordam que, mesmo que a Escócia vote em manter a união de 307 anos, a estrutura do Reino Unido terá que mudar uma vez que a pressão para conceder mais poderes à Escócia vai implicar em demandas por um Estado menos centralizado por parte de eleitores na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.
(Com agências EFE e France-Presse)