Bulgária acusa Hezbollah de atentado contra israelenses
Ataque suicida matou cinco turistas israelenses na cidade de Burgas, em julho
As autoridades da Bulgária responsabilizaram nesta terça-feira a milícia xiita libanesa Hezbollah de estar por trás do atentado suicida ocorrido em julho de 2012 que matou seis pessoas, sendo cinco turistas israelenses e um búlgaro que conduzia o ônibus alvo do ataque, na cidade turística de Burgas.
A conclusão da investigação sobre o atentado pode contrubuir para que a União Europeia (UE) se una aos Estados Unidos na classificação do grupo radical islâmico como organização terrorista, agora que há uma clara conexão em um ataque ocorrido em território europeu. Nesse caso, os ativos do Hezbollah na Europa seriam congelados. Os EUA já se manifestaram sobre o assunto e pediram nesta terça que a UE faça mais para interromper as operações do grupo, que considera Israel como inimigo e tem ligações com o Irã.
“Duas das pessoas envolvidas no atentado pertencem à ala militar do Hezbollah”, disse o ministro do Interior da Bulgária, Tsvetan Tsvetanov, em entrevista coletiva. Um dos envolvidos usava um passaporte canadense e outro, um australiano. Eles viveram no Líbano entre 2006 e 2010, apontam as investigações. “Estabelecemos todas suas atividades na Austrália e no Canadá, temos dados de financiamento por parte do Hezbollah e também de sua ligação com a organização”, acrescentou Tsvetanov.
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Autoridades búlgaras sofreram pressão de Israel e dos Estados Unidos, que consideram o Hezbollar uma organização terrorista, para responsabilizá-la pelo ataque, indicou o jornal The New York Times. Por outro lado, países europeus como Alemanha e França, que veem a milícia como uma organização política legítima, pressionaram por moderação sobre o caso.
O governo americano pediu novas ações depois do anúncio. “Pedimos aos nossos parceiros europeus e a outros membros da comunidade internacional a tomar ações proativas para expor a infraestrutura do Hezbolla e interromper os esquemas de financiamento do grupo e suas redes operacionais com o intuito de evitar futuros ataques”, disse John O. Brennan, conselheiro chefe de contraterrorismo do governo Obama e nomeado para comandar a CIA.
Os resultados da investigação foram divulgados após uma reunião do Conselho Presidencial para a Segurança Nacional, que incluiu o primeiro-ministro, membros do gabinete ministerial, militares e funcionários de serviços de inteligência. Além dos seis mortos, outras 30 pessoas ficaram feridas no atentado em Burgas. Na ocasião, uma bomba foi detonada em um ônibus que levaria turistas israelenses a seus hotéis nesse popular destino de férias na Bulgária.
Na época, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia responsabilizado o Hezbollah e o governo do Irã de estarem por trás do atentado, mas as autoridades búlgaras não se manifestaram abertamente, alegando que esperariam as conclusões da investigação, reveladas nesta terça. O Hezbollah negou responsabilidade pelo atentado.
(Com agência EFE)