Três refugiados do Sudão do Sul morreram e outros 18 ficaram feridos em um acampamento de refugiados no noroeste de Uganda, no leste da África, após uma briga de motivos étnicos que começou quando assistiam à partida entre Brasil e Suíça na Copa do Mundo da Rússia, informou nesta sexta-feira a polícia.
Um dos corpos, de um homem de 32 anos, foi achado hoje em uma mata e identificado pela polícia, e se soma a outras duas mortes de um homem de 18 anos e outro de 50 anos, respectivamente.
A briga começou no domingo (17) à noite quando os refugiados assistiam à partida entre Brasil e Suíça no campo de refugiados Rhino Camp, próximo à fronteira com o Sudão do Sul e com a República Democrática do Congo (RDC).
O jovem de 18 anos, de etnia dinka (uma das duas grandes etnias no Sudão do Sul) se envolveu numa discussão com outro homem da etnia nuer (outra das grande etnias presentes no Sudão do Sul), o que desencadeou uma briga que resultou na morte destas três pessoas.
A polícia abriu uma investigação sobre o crime e deteve, até o momento, 18 pessoas possivelmente relacionadas aos fatos, de acordo com a porta-voz da polícia local Josephine Angucia.
“Os detivemos para que nos ajudem nas investigações”, explicou Angucia, confirmando que uma grande operação policial ocorre atualmente no campo de refugiados.
Outra porta-voz da polícia, Ketty Acayo, informou que os dois grupos étnicos rivais serão abrigados em diferentes acampamentos de agora em diante para prevenir novas disputas.
Uganda é o terceiro país do mundo em número de refugiados acolhidos (o país abriga grandes populações de refugiados do Sudão do Sul, da RDC e de Burundi), depois da Turquia (que possui grandes contingentes de refugiados sírios e iraquianos) e do Paquistão (com uma enorme população de refugiados do Afeganistão), segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR). De acordo com o órgão, Uganda abriga um total de 1,4 milhão de refugiados.
Só nos dois primeiros meses de 2018, o país recebeu mais de 50 mil novas pessoas fugindo da violência no nordeste da RDC.
Além disso, segundo o Acnur, só no mês de março 6.397 refugiados do Sudão do Sul chegaram ao país vizinho.
(Com EFE)