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Bolsonaro questiona eleição na Bolívia e defende recontagem de votos

Morales acusa oposição de tentar um ‘golpe de Estado’ após protestos em massa alegarem fraude na votação

Por Da Redação
23 out 2019, 11h08
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  • O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta quarta-feira, 23, o resultado das eleições presidenciais na Bolívia e defendeu uma recontagem de votos.

    Em entrevista na capital japonesa, onde está em viagem oficial, Bolsonaro lembrou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) também questionou a legitimidade das eleições bolivianas, depois que o presidente Evo Morales afirmou ter vencido o pleito em primeiro turno.

    “A OEA emitiu uma nota colocando em xeque a lisura das eleições. Conversei com o Ernesto (Araújo, ministro das Relações Exteriores), acho que ele fez a mesma coisa, dei sinal verde para ele fazer”, disse o presidente a jornalistas, em Tóquio.

    “Realmente, foi muito suspeito como estava caminhando. Quase na retal final, a suspensão da apuração. Depois da retomada, deu vitória à situação. Acho que todo mundo fica preocupado com uma eleição sendo apurada dessa maneira.”

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    Em uma contagem rápida, com mais de 95% dos votos apurados, Evo Morales estaria próximo a vencer no primeiro turno, com uma vantagem de 11 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Carlos Mesa.

    Este resultado, que pouparia Evo de um segundo turno arriscado, veio depois que uma contagem preliminar foi interrompida abruptamente após a eleição de domingo.

    A OEA deve fazer uma reunião nesta quarta-feira para tratar da eleição da Bolívia, mas o diretor-geral da entidade, Luis Almagro, já pediu que o governo boliviano aceite uma recontagem supervisionada com apuração final vinculante.

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    Em Tóquio, Bolsonaro defendeu a recontagem de votos. “Com as informações que tenho até o momento, seria bom uma revisão da apuração, uma recontagem de votos.”, disse.

    ‘Golpe de Estado’

    Nesta quarta-feira, Morales reiterou ter vencido a eleição presidencial e protestou contra uma suposta tentativa da oposição de orquestrar um “golpe” após protestos ocuparem as ruas por alegação de fraude na votação.

    O atual presidente se considera vencedor “pela quarta eleição consecutiva”, enquanto a apuração oficial de votos chega a quase 97%, com 46,49% a seu favor e 37,01% para o opositor Carlos Mesa.

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    Essa porcentagem coloca o presidente boliviano a apenas 0,52% dos votos para evitar um segundo turno.

    O presidente previu que terá uma maioria parlamentar “em breve” para manter os dois terços que possui atualmente com que conta agora, e enfatizou ter mais de meio milhão de votos de vantagem sobre seu rival.

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    Evo Morales disse que seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), não entrará em confronto, porque aguenta “humildemente” os protestos que o país vive desde a última segunda-feira.

    Ele acusou seus oponentes de dificultar a apuração de votos, com atos violentos como ataques às sedes do órgão eleitoral em várias regiões e comitês de campanha de seu partido.

    “Não estamos nos tempos coloniais e nem nas monarquias para designar presidentes fora da vontade popular”, advertiu Morales, antes de reiterar o chamado às suas bases “para se organizarem para defender a democracia”.

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    “É quase certo que, com o voto das áreas rurais, venceremos no primeiro turno”, afirmou, denunciando que a direita não quer reconhecer sua vitória. Ele ressaltou ainda que não é responsável “pelo confronto entre bolivianos” e acusou a direita de “instigar o ódio e ignorar o voto do movimento indígena”.

    O presidente alertou que as greves de protestos convocadas em algumas regiões do país para hoje apenas prejudicam a economia e as classificou de políticas.

    (Com Reuters e EFE)

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