O presidente Jair Bolsonaro decidiu enviar o vice-presidente Hamilton Mourão à posse do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que será realizada nesta terça-feira, 10. A informação foi confirmada pela assessoria da vice-presidência.
Em princípio, Bolsonaro havia decidido enviar o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Mais cedo nesta segunda-feira, 9, a viagem de Terra foi cancelada e foi decidido que apenas o embaixador Sérgio Danasse representaria o Brasil na cerimônia.
As indas e vindas sobre quem representaria o Brasil na posse do argentino tem como pano de fundo a antipatia de Bolsonaro com o presidente eleito. Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, é ideologicamente o oposto ao atual presidente, Maurício Macri.
Durante a campanha eleitoral na Argentina, o brasileiro chamou Fernández e seus aliados de “bandidos” e, ao saber da vitória do peronista, disse que os argentinos “escolheram mal”. As provocações não ficaram restritas ao gabinete da Presidência. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou no Twitter que as “forças do mal” comemoraram a volta do Peronismo no país vizinho.
O presidente eleito, por outro lado, não rebateu as críticas de Bolsonaro. Mas fez gestos controversos. No dia da eleição, defendeu a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e semanas antes, o visitou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Seu tom mudou mais recentemente. Ao receber o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em um encontro na sexta-feira 6, pediu que transmitisse a Bolsonaro seu desejo de manter uma convivência saudável.
“Temos um destino em comum. Temos que cuidar para que nenhuma conjuntura altere nossa relação”, disse Fernández a Maia, referindo-se ao anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar o aço dos dois países.
Junto de Mourão, estarão presentes os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, do Paraguai, Maria Abdo Benítez. O uruguaio Tabaré Vasquez será acompanhado do presidente-eleito, Luis Lacalle Pou, e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.