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Biden e Netanyahu trocam farpas sobre reforma judicial em Israel

Manifestantes ocupam ruas há 12 semanas por críticas ao plano que, entre outros pontos, enfraquece a Suprema Corte

Por Da Redação 29 mar 2023, 12h22

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou nesta quarta-feira, 29, a pressão do governo dos Estados Unidos depois que o presidente americano, Joe Biden, criticou esforços israelenses para enfraquecer o poder judiciário. Netanyahu também intensificou uma rara disputa pública com Biden, elevando tensões diplomáticas.

Biden e outras autoridades americanas tentaram dissuadir discretamente Netanyahu de seguir em frente com suas reformas, mas as diferenças políticas estão afastando os dois líderes. O presidente americano disse que vão vai convidar o líder israelense para a Casa Branca “no curto prazo” e emitiu uma repreensão à reforma judicial que ele está tentando aprovar mesmo com o grande número de protestos de opositores no país.

“Como muitos em Israel, estou muito preocupado. Estou preocupado que eles entendam isso direito. Eles não podem continuar por este caminho. Eu sinto que deixei isso claro”, disse Biden. “Esperamos que o primeiro-ministro aja de forma a conseguir um compromisso genuíno. Isso ainda está para ser visto”.

Há 12 semanas, israelenses ocupam ruas para protestar contra o plano de Netanyahu para enfraquecer a Suprema Corte. Hospitais, universidades, portos marítimos e o aeroporto internacional foram fechados em apoio a manifestação contra uma reforma judicial, que muitos enxergam como uma incapacitação dos juízes de fiscalizar o governo.

Em um comentário separado, Biden ainda declarou “espero que ele se afaste disso”, se referendo à reforma. Em resposta, Netanyahu destacou o “compromisso de longa data de Biden com Israel”, mas acrescentou que “Israel é um país soberano que toma suas decisões pela vontade de seu povo e não com base em pressões do exterior, inclusive de o melhor dos amigos.”

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+ Convulsão social: ministro israelense demitido se recusa a sair do cargo

A troca de declarações criou uma tensão incomum entre os tradicionais aliados EUA e Israel. Yair Lapid, líder da oposição de Israel e ex-primeiro-ministro, chegou a afirmar que as atitudes de Netanyahu “arruinaram” o relacionamento entre os países.

“Durante décadas, Israel foi o aliado mais próximo dos EUA. O governo mais extremo da história do país arruinou isso em três meses”, escreveu Lapid nas redes sociais.

Em resposta à convulsão social, na noite da segunda-feira, o Netanyahu anunciou um adiamento da votação do projeto e afirmou que pretende utilizar o recesso do Knesset, parlamento israelense, para chegar a um acordo com os opositores. No discurso na televisão local do país, o premiê afirmou que “não estava disposto a dividir a nação ao meio”.

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Adotando uma postura mais defensiva, reconheceu o “discurso público e muitas vezes doloroso” em seu país sobre as reformas propostas, mas expressou esperança que a oposição “passe do protesto ao acordo”.

“Quero agradecer aos líderes mundiais e ao presidente Biden, que é meu amigo há 40 anos por convocar esta importante conferência”, disse Netanyahu. “Você sabe que Israel e os Estados Unidos tiveram suas diferenças ocasionais, mas quero garantir a você que a aliança entre a maior democracia do mundo e uma democracia forte, orgulhosa e independente – Israel – no coração do Oriente Médio, é inabalável, nada pode mudar isso.”

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Até agora, Biden evitou uma crítica direta aos esforços de Netanyahu, mas a Casa Branca afirmou estar observando a escalada da tensão em Israel com “preocupação”. Esse caso marcou um raro momento em que os EUA se pronuncia sobre algum assunto interno israelense.

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