Berlusconi começa a cumprir pena de serviços sociais
Ex-premiê vai trabalhar em instituição para idosos com Alzheimer. Na chegada, manifestante gritava que sonho dos italianos era ver Berlusconi na prisão
O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi chegou na manhã desta sexta-feira a um centro especializado em acolher idosos vítimas de Alzheimer em Cesano Boscone, perto de Milão, para iniciar o cumprimento da pena de um ano de serviços sociais por fraude fiscal. Berlusconi entrou na Fundação Sagrada Família sem fazer declarações aos mais de 100 jornalistas e curiosos presentes, que foram mantidos afastados.
Um sindicalista fantasiado de palhaço, que conseguiu entrar no instituto apesar do grande dispositivo de segurança, o recebeu aos gritos de “Nós italianos temos um sonho no coração. Berlusconi em San Vittore”, nome da prisão localizada em Milão. O ex-premiê foi condenado a quatro anos de cadeia, reduzidos a um graças a uma anistia, em 1º de agosto do ano passado no julgamento do caso Mediaset – a pena foi então convertida em trabalhos em benefício da comunidade.
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Com a condenação, Berlusconi também foi excluído do Senado, com a proibição de votar e de disputar eleições. Os críticos estão convencidos de que ele utilizará a passagem por Cesano Boscone com objetivos políticos antes das eleições europeias, nas quais seu partido, Força Itália, perde espaço nas pesquisas.
Berlusconi foi condenado por fraude fiscal em uma transação de compra de direitos televisivos adquiridos por sua empresa de comunicação Mediaset, informa a rede britânica BBC. Alguns idosos da Fundação Sagrada Família, não aprovaram a sentença e afirmaram à imprensa italiana que não gostariam de conviver com Berlusconi em suas atividades cotidianas.
Nos últimos anos, o bilionário vem aparecendo com frequência em manchetes, sempre envolvido em uma série de processos judiciais e escândalos pessoais. Depois de ser condenado pela Justiça, afastado da política e ter seu mandato de senador cassado em novembro, o ex-primeiro-ministro italiano também perdeu, no final de março, o direito de ser chamado de “Il Cavaliere”, uma referência a um título honorífico concedido pelo governo.
(Com agência France-Presse)