Pelo menos 21 militantes do grupo islamita Haqqani morreram na quarta-feira em um ataque de um avião teleguiado americano no Waziristão do Norte, zona tribal do Paquistão próxima da fronteira com o Afeganistão, informaram as autoridades locais.
O avião sem piloto (drone) disparou dois mísseis que destruíram um veículo e um acampamento perto de Miranshah, a principal cidade do Waziristão do Norte, um distrito na fronteira com o Afeganistão e reduto dos rebeldes talibãs aliados da Al-Qaeda.
“Vinte e um militantes do grupo Haqqani morreram e três ficaram feridos”, disse à AFP uma fonte militar paquistanês em Peshawar, a cidade mais importante do noroeste do Paquistão, capital da conturbada Província da Fronteira do Noroeste (NWFP, na sigla em inglês).
“Todos os que morreram eram afegãos e combatentes do grupo Haqqani. O ataque do drone aconteceu às 2h00 locais”, completou a fonte.
Habitantes de Miranshah relataram à AFP que ouviram duas explosões em apenas um minuto pouco antes do amanhecer, quando pretendiam fazer a última refeição antes do início de uma nova jornada de jejum pelo Ramadã.
Uma pessoa contou ter visto, durante a manhã, um veículo transportar 16 caixões para um cemitério da cidade.
A rede Haqqani é considerada o maior inimigo das tropas americanas no leste do Afeganistão.
O grupo foi fundado por Jalaluddin Haqqani e é comandado por seu filho Sirajuddin, ambos considerados “terroristas” por Washington.
A rede é acusada de ter cometido os mais violentos atentados contra as forças americanas no Afeganistão, incluindo um ataque suicida em 2009 em uma base na província oriental de Khost que matou sete agentes da CIA, no mais grave contra o serviço secreto americano em 10 anos de guerra afegã.
Nos últimos anos, o governo dos Estados Unidos tem pressionado o Paquistão a lançar uma ofensiva terrestre no Waziristão do Norte, onde suspeita que a rede Haqqani tem sua base, mas Islamabad nunca respondeu a este pedido por estar envolvido em várias operações em outras regiões do país, principalmente contra os talibãs paquistaneses.
Washington destina a cada ano a Islamabad mais de dois bilhões de dólares em ajuda militar para a luta contra o terrorismo.
Alguns analistas consideram que o acordo entre os dois países permitiu aos Estados Unidos iniciar em 2004 ataques com drones em território paquistanês.
A relação entre Estados Unidos e Paquistão, aliados desde 2001, vive o pior momento desde que Washington executou um ataque em 2 de maio na cidade de Abbottabad (norte) que matou Osama Bin Laden.
Desde a morte de Bin Laden, os aviões teleguiados americanos executaram pelo menos 20 bombardeios no cinturão tribal paquistanês, provocando mortes de civis em alguns casos.
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