Avião militar é derrubado por míssil de combatentes tribais
Ministério da Defesa acusou o partido Reforma Islâmica de ataque à aeronave
Um avião militar iemenita caiu nesta quarta-feira em uma região tribal no norte de Sanaa após ser atingido por um míssil lançado por combatentes tribais da oposição, informou uma fonte do Ministério da Defesa. A fonte acusou o partido Reforma Islâmica, uma das principais legendas da oposição e braço político da Irmandade Muçulmana no Iêmen, de estar por trás do ataque à aeronave, um Sukhoi-22 de fabricação russa.
Entenda o caso
- • A revolta começou em 27 de janeiro, mas ganhou força em 21 de fevereiro, quando os Jovens da Revolução montaram um acampamento na capital Sanaa, pedindo a queda do regime de Ali Abdallah Saleh, no poder há 33 anos.
- • Desde junho, após um ataque dos rebeldes ao palácio presidencial, o ditador está hospitalizado na Arábia Saudita, recuperando-se dos ferimentos causados por uma explosão – ele teve 40% do corpo queimado e passou por oito cirurgias.
- • Em 12 de setembro, Saleh delegou ao vice-presidente, Abdo Rabu Mansur Hadi, autoridade para negociar uma transferência pacífica do poder com a oposição, que não se mostrou satisfeita por considerar que suas reivindicações não foram atendidas.
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Fontes tribais disseram que o piloto foi capturado pelos milicianos, embora não tenham confirmado se está mesmo gravemente ferido, como havia revelado anteriormente um responsável militar, que pediu anonimato. O avião, que ficou totalmente destruído, tinha decolado da base militar de Dailami, perto do aeroporto da capital, antes de cair dez minutos depois na área de Beit al Daguish, na região de Arhab.
Há dois dias, um general de brigada das Forças Armadas iemenitas morreu e outros 15 soldados ficaram feridos em um ataque de combatentes tribais contra um quartel militar em Arhab. Um dia antes, outras duas pessoas perderam a vida por bombardeios da Guarda Republicana contra dirigentes tribais opositores na região vizinha de Naham.
Desde janeiro o Iêmen vive uma revolta popular para reivindicar reformas e a queda de Ali Abdullah Saleh, em um processo que já deixou centenas de mortos e milhares de feridos.
(Com agência EFE)