A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que os líderes políticos subestimaram a magnitude do perigo representado pela epidemia do novo coronavírus, em uma entrevista ao jornal alemão Bild.
“Acredito que todos nós que não somos especialistas subestimamos, inicialmente, o coronavírus”, declarou Von der Leyen. “Mas ficou muito claro que este é um vírus que nos manterá ocupados durante muito tempo”, completou.
“Entendemos que todas as medidas, que há duas ou três semanas pareciam drásticas e draconianas, devem ser tomadas agora”, disse, antes de recordar que a Europa é “neste momento o epicentro da crise”.
A dirigente alemã, no entanto, descartou o termo “guerra” contra o vírus, usado esta semana pelo presidente francês Emmanuel Macron. “Pessoalmente, não usaria o termo guerra, mas entendo a motivação do presidente francês porque o coronavírus é um adversário preocupante”, destacou.
Nesta terça-feira 17, a União Europeia (UE) anunciou o fechamento de suas fronteiras para o resto do mundo por um período de 30 dias. A medida deve ser aplicada nos seus 27 países membros, bem como na Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
A proibição de viajar, anunciada pela chanceler alemã, Angela Merkel, afetará todos os cidadãos de fora da União Europeia que queiram visitar o bloco, exceto residentes permanentes, familiares de nacionais do bloco, trabalhadores transfronteiriços e de saúde e pessoas que transportam mercadorias.
Nesta quarta, Merkel fará pela primeira vez um discurso pela televisão aos compatriotas para pedir que respeitem as medidas sanitárias contra o coronavírus, anunciou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
Não serão anunciadas novas medidas. As escolas e a maioria dos estabelecimentos comerciais considerados “não essenciais” já estão fechados ou serão paralisados de maneira gradual.
A mensagem abordará “o que deve ser feito agora na Alemanha para desacelerar a propagação do vírus e de como cada um deve participar”, disse o porta-voz. Em seus 14 anos de poder, Angela Merkel nunca fez um discurso pela televisão, com exceção das tradicionais mensagens de Ano Novo.
(Com AFP)