Novak Djokovic bateu e voltou na Austrália. O tenista sérvio, que disse ter conseguido autorização especial para jogar o Australian Open, desembarcou no aeroporto de Tullamarine, em Melbourne, na quarta-feira à noite. Mas foi impedido de entrar no país pelas autoridades alfandegárias em razão de problemas com seu visto, que não o isenta de apresentar provas de vacinação contra a Covid-19. Apesar de todas as tentativas de contornar o problema, os funcionários do governo rejeitaram o documento. Djoko deve ser embarcado de volta nesta quinta-feira, após ter sido isolado de sua equipe e ficado em uma sala – sem celular, segundo seus companheiros – por várias horas. Os advogados do atleta dizem que tentarão reverter a decisão.
Em comunicado, a Força de Fronteira Australiana (ABF, na sigla em inglês) confirmou que Djokovic não poderia permanecer no país. “A ABF continuará a garantir que aqueles que chegam à nossa fronteira cumpram nossas leis e requisitos de entrada. A ABF pode confirmar que o Sr. Djokovic falhou em fornecer evidências adequadas para atender aos requisitos de entrada para a Austrália, e seu visto foi posteriormente cancelado. Os não cidadãos que não possuem um visto válido na entrada ou que tiveram seu visto cancelado serão detidos e removidos da Austrália. A ABF pode confirmar que Djokovic teve acesso a seu telefone.”
Campeão das últimas três edições do Grand Slam australiano, Djokovic anunciou que disputaria o torneio graças a uma licença especial concedida pelas autoridades locais. Com essa permissão, o atual número 1 do mundo conseguiria competir em Melbourne sem apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19. O sérvio nunca revelou publicamente se recebeu ou não a vacina contra o coronavírus, mas não esconde ser contrário à obrigatoriedade da imunização.
Em novembro do ano passado, o diretor do Aberto da Austrália, Craig Tiley, foi taxativo ao dizer que todos os atletas participantes teriam de estar vacinados. Dias depois, porém, recuou e disse que alguns tenistas poderiam obter uma autorização especial. Na semana passada, jornais estrangeiros chegaram a noticiar que o sérvio teria tido sua solicitação negada. No fim, Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália, fez valer sua ameaça. Ele havia dito que mandaria Djokovic embora “no primeiro avião” se o atleta não justificasse sua autorização.