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Autor de ataque em Buffalo queria matar pessoas negras, diz prefeito

Suspeito de matar 10 pessoas chegou a viajar mais de 320 quilômetros para área com maior concentração de afroamericanos, segundo investigadores

Por Da Redação 16 Maio 2022, 11h30
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  • O homem suspeito de matar 10 pessoas a tiros em um supermercado em Buffalo, estado americano de Nova York, no último sábado, 14, está sendo investigado por ato extremista violento com motivação racial, à medida que há evidências de que ele teria escolhido propositalmente uma área com maior concentração de pessoas negras, segundo autoridades locais. 

    À rede CNN, o prefeito de Bufallo, Byron Brown, ressaltou que Payton Gendron, homem branco de 18 anos, chegou com a intenção de tirar “o maior número possível de vidas negras” e chegou a dirigir mais de 320 quilômetros para realizar o ataque. Há indícios de que ele vasculhou a comunidade e o supermercado antes de realizar o ataque e , das 13 pessoas baleadas, 11 eram negras, segundo a polícia local. 

    + Em 48 horas, EUA somam ao menos quatro tiroteios com vítimas fatais

    “Parece que ele esteve aqui por talvez vários dias a partir de relatos que tenho ouvido, e que ele vigiava esta comunidade”, acrescentou o prefeito. 

    De acordo com a Pesquisa da Comunidade Americana de 2020, do Census Bureau, a área em que ocorreu o tiroteio está entre as que possuem maior porcentagem de população negra em todo o país e tem a maior concentração de afro-americanos do norte do estado de Nova York. 

    Gendron, que foi preso logo após o ataque, está sendo interrogado sobre um documento de 180 páginas supostamente de sua autoria no qual se descreve como fascista e supremacista branco.

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    Joseph Gramaglia, chefe de polícia de Buffalo, disse a repórteres no domingo, 15, que Gendron já havia sido levado para uma avaliação de saúde mental após fazer “ameaças generalizadas” enquanto ainda estava no ensino médio.

    “Este é um crime de ódio racista absoluto, e será processado como crime de ódio”, disse o chefe de polícia.

    Segundo a agência de notícias AP, um vídeo do supermercado Tops Friendly Market mostrou o homem estacionando em frente à loja com um fuzil no banco do passageiro de um carro. Logo depois, o suspeito abriu fogo contra pessoas que estavam no estacionamento e dentro do estabelecimento.

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    Segundo investigadores, ele teria filmado e transmitido ao vivo o ataque na internet. Um perfil em uma rede social atribuído a Gendron é repleto de conteúdo extremista, racista e antissemita, além teorias da conspiração.

    Responsável por examinar o material extremista online, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, disse à BBC que “este evento foi cometido por um indivíduo doente e demente que foi alimentado [por] uma dieta diária de ódio”.

    Paralelamente, o dono da loja de armas que vendeu o riffle ao suspeito disse à imprensa dos Estados Unidos que nenhum alerta surgiu quando seu nome foi consultado por meio de um sistema de verificação de antecedentes do governo. 

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    O ataque a tiros de sábado em Buffalo é o pior incidente do tipo até agora nos EUA neste ano, e também inflamará ainda mais a já acalorada batalha política sobre o controle de armas nos EUA.

    O crime também reaquece o debate sobre a ideologia de extrema-direita, que alega que a imigração destruirá os valores brancos e a civilização ocidental. 

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